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Política Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 13:52 - A | A

Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 13h:52 - A | A

CORTE NA AGRICULTURA

Trabalhadores denunciam desmonte da Empaer com fechamento de centros de pesquisa

Desmonte pode causar prejuízos às pesquisas sobre as cultures da abacaxi, banana, café, mandioca, pitaia e pastagens forrageiras

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Trabalhadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT) denunciam um desmonte em andamento na instituição sob o comando do presidente Suelme Fernandes. A empresa pública está desativando centros de pesquisa e de experimentos em várias regiões do estado e alienando os terrenos que lhe pertencem (veja lista ao final da matéria).

As ações foram votadas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Empaer em reunião realizada no dia 5 de junho. Segundo os trabalhadores, o desmonte tem sido aprovado como uma “promessa enganosa de reestruturação”, sob o pretexto de que o governo fará uma injeção de recursos na empresa.

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“A extinção da Empresa só ainda não aconteceu pela defesa do Sindicato com apoio da Assembleia Legislativa. Agora, a Empaer está no caos, e perguntamos quem vai fazer pesquisa e fomento para a agricultura familiar”, afirma Gilmar Brunetto, o Gauchinho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp-MT).

Os trabalhadores alertam que as unidades de Cáceres e Rosário Oeste, por exemplo, guardam bancos de germoplasma (material genético) de espécies de banana, caju, castanhas e seringueiras, que serão perdidas com as desativações propostas pelo presidente. Além disso, podem haver prejuízos às pesquisas sobre as cultures da abacaxi, banana, café, mandioca, pitaia e pastagens forrageiras.

Segundo os trabalhadores, a nova gestão forçou a empresa a enxugar os funcionários que atuam na prestação de serviços de pesquisa, assistência técnica e extensão rural sob o pretexto de que o governo faria investimentos. No entanto, a promessa nunca é cumprida e os cortes aumentam a cada mês.

A venda do patrimônio da Empaer será debatida em uma audiência pública convocada pelo deputado estadual Júlio Campos (União) para a próxima segunda-feira, 24 de junho. Trabalhadores da entidade correm pela Assembleia Legislativa tentando angariar apoio entre os deputados para frear o desmonte da Empaer.

“Os pequenos produtores vão ficar sem o trabalho dos pesquisadores da Empaer para validação de tecnologia de fomento”, alerta Gauchinho.

Documento ao qual o Estadão Mato Grosso teve acesso aponta que foram aprovados no último dia 5 de junho as seguintes propostas:    

Alienação dos bens imóveis pertencentes a EMPAER-MT:

8.1. "Lote Quatro Marcos”, município de São José dos Quatro Marcos-MT;

8.2. “Sítio São José”, município de São José dos Quatro Marcos-MT;

8.3. "Irantinópolis", município de Poxoréu-MT;

8.4. "Lotes Avenida marechal Rondon", Município de Barra do Bugres-MT;

8.5. “Lote Matrícula 11.548, Município de Barra do Bugres-MT;

10. Ações para fortalecimento institucional da EMPAER-MT:

10.1. Desativação de alguns centros/campos de pesquisa, aprovado por maioria, sendo eles:

A) Campo Experimental e de Produção de Acorizal: desativação total;

B) Campo Experimental e de Produção de Nossa Senhora do Livramento: transferência para a Embrapa;

C) Campo Experimental e de Produção de Rosário Oeste: desativação total, com regularização de uma área de 98 hectares que foi invadida;

D) Campo Experimental e de Produção de Tangará da Serra: leilão de 150 hectares, mantendo apenas 30 para reserva legal, 30 para ‘modernização’ e 5 para trabalho com outra secretaria;

E) Centro Regional de Pesquisa de Várzea Grande: desativação, mantendo-se apenas o Laboratório de Análises de Solos, até final de 2024.

F) Centro Regional de Pesquisa de Cáceres: desativação total;

G) Centro Regional de Pesquisa de Sinop: dos 190 hectares existentes, 142 serão alienados. Outros 12 hectares estão cedidos para a SESP e 36 hectares serão destinados para modernização e validação tecnológica.

H) Campo Experimental de São José dos Quatro Marcos: desativação total.

I) Campo Experimental de Juína: desativação total.

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