Reunião para discutir sobre novo modal de transporte entre Várzea Grande e Cuiabá é questionada pela prefeitura de Cuiabá. O secretário de Mobilidade Urbana (Semob) de Cuiabá, Juares Samaniego, manifestou indignação pela forma como foi realizada a audiência pública para apresentação de informações sobre o BRT, realizada pelo Executivo Estadual, na sexta-feira (07).
Juares, também presidente do Comitê de Análise Técnica para Definição do Modal de Transporte Público da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, declarou que o encontro deixou de abordar dados técnicos e focou nos embates jurídicos.
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"Foi uma audiência direcionada. Fizeram uma explanação jurídica do VLT de quase uma hora que não é parte do tema e os questionamentos técnicos foram só dois minutos - concordo com as 35 indagações embasadas na Consulta Pública - VLT Cuiabá-Várzea Grande Estudos do BRT, que são inconsistentes. O que posso dizer é, estamos pegando o bonde andando e essa discussão tinha que ter sido desde o início e não somente dois minutos para questionar um investimento de R$430 milhões. Como o Governo chegou nesse valor, já que que não tem o projeto executivo de estudo de viabilidade econômica e financeira? Investimento no projeto baseado em estudo técnico econômico em que Cuiabá e Várzea Grande não participaram deste estudo de trabalho. É muito difícil defender a causa em dois minutos", pontuou.
De acordo com a Prefeitura de Cuiabá, representantes do município não foram convidados para a sessão. Alega que “a equipe política e técnica estadual se utilizaram da maior parte do tempo para comentar imbróglios jurídicos ao invés de se debruçarem mais na apresentação de fundamentos técnicos e do projeto, que ainda não foi mostrado ao público”.
Além disso, o município ressaltou que por entender a necessidade da participação de Cuiabá nas discussões, à Prefeitura de Cuiabá organizou o Comitê de Análise buscou à Justiça para garantir o amplo debate.
Uma das entidades que também defende a manutenção do projeto VLT expôs análise sobre o estudo apresentado, o qual considerou inviável. "Basicamente concluímos que os estudos são inconsistentes. Parabenizo o estudo, muito detalhado, mas existem erros conceituais. VLT tem vida útil de 30 anos e ônibus têm 15 anos. Também não foi considerada a troca de bateria, que aumentou o custo operacional. O BRT precisa incluir os termos de reversão de massa. Na fotografia verifiquem a porta, a do VLT é bem maior. Existe um estudo da SB-Trans que fala sobre o tempo de parada que não foi considerado. Então, são erros consideráveis", Marcio Andrade, vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre).
No encontro, o engenheiro de transportes da Sinfra, Rafael Detoni, disse que em julho de 2019 - o governo buscou junto ao Governo Federal estudos alternativos, mas, em nenhum momento citou a participação dos dois municípios em que existe a obra do VLT em andamento, no caso, Cuiabá e Várzea Grande.
*Com assessoria da Prefeitura de Cuiabá.