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Política Quinta-feira, 08 de Agosto de 2024, 14:11 - A | A

Quinta-feira, 08 de Agosto de 2024, 14h:11 - A | A

TERRA EM DISPUTA

Retomada de assentamento em Itanhangá foi pedida por Bolsonaro, afirma Barranco

Petista afirmou que deputada Coronel Fernanda demonstra desconhecimento de causa ao levantar suspeitas sobre distribuição de lotes

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Após questionamentos e críticas da deputada federal Coronel Fernanda (PL), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) revelou que a coronel não quer aceitar que foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quem pediu, em 2022, a reintegração de posse dos lotes do assentamento Tapurah/Itanhangá. Em conversa com jornalistas, Barranco afirmou que a deputada federal é despreparada e não sabe nada sobre o assunto.

Nos últimos dias, a Justiça Federal determinou a retomada de seis lotes que eram ocupados por fazendeiros. A área em disputa tem 115 mil hectares e está ocupada por fazendeiros há várias décadas. Os fazendeiros alegam que foram 'convidados' pelos governos Estadual e Federal para ocupar a região há cerca de 30 anos, mas nunca tiveram sua posse regularizada. Agora, o Incra conseguiu uma liminar para retomar a área e a dividiu em mil lotes, a serem distribuídos por meio de sorteio para famílias inscritas no programa de reforma agrária.

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“Quem apresentou esses pedidos para reintegração foi o governo de Jair Bolsonaro, pode olhar os processos que são de 2022. E o cumprimento começou agora, com 6 destes lotes. Então, ela não admite que foi algo conduzido por Jair Bolsonaro, que é uma decisão judicial onde durante todos esses anos teve o direito ao contraditório, ampla defesa e as pessoas não conseguiram convencer a Justiça o Ministério Público Federal (MPF) de que elas não eram laranjas e que esses lotes ocupados são de fazendeiros”, disse.

Barranco respondeu após a Coronel Fernanda ter levantado suspeitas sobre os sorteios dos lotes pelo Incra. O petista avalia que as falas de Fernanda só demonstram falta de conhecimento sobre o assunto e tentam afrontar uma decisão judicial.

O deputado estadual explicou que o processo se arrasta na Justiça Federal desde 2010 e, após investigações, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Terra Prometida. Em 2015, a polícia prendeu 52 fazendeiros que estavam grilando os lotes do assentamento. Após as prisões, a PF fez uma nova operação com 34 novos mandados e, a partir disso, iniciou-se o processo de reintegração.

“O Incra é uma instituição séria. Agora, o que o Incra não vai fazer é descumprir decisão judicial. Se a decisão é para fazer retomada, enquanto não tiver uma decisão que volte atrás disso, eles são obrigados e quem está cumprindo não é o Incra, é a Policia Federal, através de seus agentes, os oficiais de justiça e apenas três servidores”, disse.

Para reforçar seu argumento de que os lotes teriam sido grilados por fazendeiros, Barranco afirmou que a Aprosoja jamais defenderia agricultor familiar.

“Quem faz a defesa de assentado é a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e quem está fazendo a defesa deles [grileiros] é a Aprosoja, é só ver aí. A Aprosoja nunca vai defender agricultor familiar. Se ela está fazendo a defesa lá dentro, é exatamente porque são fazendeiros”, concluiu.

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