O vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), endossou a fala do governador Mauro Mendes (União) sobre o uso de câmeras para vigiar o trabalho de membros do judiciário. Ranalli sugeriu que os gabinetes de políticos também fossem monitorados, inclusive o próprio, como argumento para monitorar policiais militares. Ele fez a declaração nesta quinta-feira, 16 de janeiro.
Ao defender a não colocação de câmeras nas fardas dos policiais de Mato Grosso, Mauro Mendes disse que concordaria em adotar a medida se também pudesse colocar câmeras nos políticos, juízes, desembargadores e membros do Ministério Público.
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“O governador foi cirúrgico. Até mesmo eu já tinha dado uma fala nesse sentido quando perguntaram sobre câmeras em fardas de policiais: por que que os bons pagam pelos maus? Por que que todo policial tem que usar câmera nas fardas? Vamos colocar em médicos, já teve caso de médicos que estuprou paciente. Vamos colocar dentro do consultório. Logico tem que ter o sigilo de médico e paciente, mas vai ter a imagem salva. Vamos então colocar nos juízes, desembargadores. Tantas operações de vendas de sentenças”, disse.
A fala do governador gerou forte repercussão no Judiciário. O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Zuquim, e a juíza Jaqueline Cherulli, presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), emitiram nota de repúdio contra a fala do chefe de Estado e avisaram que "tomarão providências judiciais cabíveis". Zuquim chegou a dizer que viu a fala como um “desprestígio e irresponsável” sobre o Sistema de Justiça.
Ranalli, que é policial federal, vê as câmeras em policiais como sacrifício aos PMs.
“Acho que o ponto foi simples: se tem mau elemento na profissão, justifica-se a câmera? Então, não é assim que funciona, até mesmo em políticos. Vamos colocar em todos os gabinetes. Se colocarem em todos os gabinetes de juízes e promotores, eu concordo de colocar aqui na Câmara Municipal em meu gabinete, em todos. Aí vai polícia, vai todo mundo. Agora sacrificar o policial que está na rua, defendendo a vida do cidadão, colocando sua vida em risco, isso ninguém quer fazer, é fácil julgar, mas não está no lugar dele”, disse.