A oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara de Cuiabá já se organiza para pedir aos demais vereadores da base que votem pela reprovação das contas da Prefeitura referente ao ano de 2022. Na semana passada, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovou as contas do emedebista.
O vereador Eduardo Magalhães (Republicanos), acredita que Pinheiro está enfraquecido e, devido à eleição do ano que vem, a maioria dos parlamentares que compõem a base do Executivo vai "pular do barco".
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"A base vem sustentando ele durante todo esse período. Acredito que agora, que estamos a praticamente a um ano de um período eleitoral, e o parlamentar, em sua maioria quer se reeleger. E vai ficar difícil explicar para a sociedade como ele votou contra a reprovação das contas do prefeito. Eu acredito que desta vez, teremos a maioria. E desta vez o prefeito poderá ser afastado por 90 dias. O Emanuel está muito enfraquecido. E a tendência até o final do mandato é ele se esvaziar. Vai ser um fim muito melancólico", disse Eduardo Magalhães, durante entrevista ao Jornal da Cultura FM 90.7 nesta segunda-feira (11).
A vereadora Michelly Alencar (União) cita que é nítido os problemas financeiros que a prefeitura vem enfrentando. A exemplo, o não repasse às empresas terceirizadas que estão atrasando salários de seus colaboradores. Ela também cita a existência de uma fila de empresas que não receberam do prefeito Emanuel Pinheiro.
"Esse parecer do TCE reprovando as contas da Prefeitura de Cuiabá já era esperado, estamos aguardando isso, porque não é de hoje que estamos falando que a prefeitura está quebrada, que deve e não paga suas contas e que não faz plano de enfrentamento para diminuir custos ou quitação das dívidas. Temos uma imensidão de empresas que estão esperando para receber. Recentemente, as terceirizadas estão atrasando salários e seus colaboradores estão há 3 meses sem receber. Essas empresas afirmam que a prefeitura não está fazendo repasses", reclamou.
Na semana passada, os vereadores Dr. Luiz Fernando (Republicanos) e Fellipe Corrêa (Cidadania) apresentaram pedidos para instauração de uma Comissão Processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), devido à suposta dívida de R$ 1,2 bilhão apontada pelo Ministério Público de Contas (MPC). O processo pode levar à perda de mandato do prefeito, caso o Parlamento aprove o documento.
A DÍVIDA
Segundo o relatório do Ministério Público de Contas (MPC), a dívida consolidada líquida da Prefeitura de Cuiabá alcançou R$ 1,2 bilhão no ano de 2022, registrando um aumento de 255% no período entre 2017 e 2022. O MPC emitiu parecer pela reprovação das contas da Prefeitura, apresentando quatro irregularidades "graves" e uma "gravíssima" durante o exercício passado. A Prefeitura chegou a apresentar defesa para cada um dos pontos, mas as considerações foram mantidas.