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Política Quarta-feira, 10 de Julho de 2024, 17:16 - A | A

Quarta-feira, 10 de Julho de 2024, 17h:16 - A | A

TRAIÇÃO

Neri expõe relação estremecida com Fávaro e lembra demissão articulada pelo "amigo"

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, demitido da pasta após suspeitas de fraude no leilão da compra de arroz importado, disse nesta quarta-feira, 10 de julho, que "sofreu injustiça" e que não "saiu fritado" do governo Lula (PT). Ele também expôs que sua demissão foi articulada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. 

"Saí de cabeça erguida e com moral porque tenho serviço prestado e não é pouco, e saí dando as explicações que tinha que ser dadas. A questão da importação do arroz é clara e eu domino, e que houve trapalhada no Governo e essa trapalhada não é do Neri Geller. Antes das enchentes no Sul, tivemos uma reunião na presidência, com ministro Fávaro, Haddad, com diretor de Logística de Inteligência da Conab e Lula colocava a preocupação que tinha com o preço alto do arroz e do feijão. Teve várias discussões e teve muita conversa desconexa sem orientação técnica, eu pedi licença ao ministro Fávaro e coloquei a posição técnica", explicou ele. 

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Neri revela que sua saída foi articulada exclusivamente pelo ministro Fávaro e que não pensa mais em voltar a exercer cargo no Ministério da Agricultura, enquanto ele estiver no comando.

"Já me chamaram, mas para o Ministério da Agricultura não volto em nenhuma hipótese. Com todo respeito, quero que o Fávaro, que conheço há 30 anos, faça um bom trabalho, mas comigo ele não conta mais, e enquanto estiver sob o comando dele não volto em nenhuma hipótese. Eu não saí atirando em ninguém, ele não agiu de má-fé, mas não agiu como parceiro e correto comigo. Porque eu não me omiti, chamei ele para conversar porque não tinha nada de ilegal. Eu teria pedido para me afastar por 30 dias para [investigações]. Foi Fávaro que conduziu o processo, eu dei informações técnicas", comentou ele.

O ex-secretário de Política Agrícola disse ainda que seria "covarde" se saísse do Ministério "quieto".

"Como alguém que fizeram trapalhada e vamos tirar o Neri e vamos dar a responsabilidade para ele, negativo, eu enfrentei esse assunto, assim como altivez e cuidado, porque eu sabia da responsabilidade e eu sei que ficou um clima muito chato. As pessoas que me conhecem, há 30 anos, quantos produtores me conhecem, o governador Mauro Mendes, o que fizemos na segurança quando fui líder, na questão da BR-163 na liberação da malha paulista para trazer a ferrovia para cá e outros. Se eu algum dia tiver qualquer desvio de conduta, pode perguntar em bastidores. Eu fui obrigado a me posicionar com bastante firmeza e estou tranquilo, e eu vou continuar ajudando o setor de cabeça erguida, e não volto para o governo, voltou para a casa e me restabelecer", comentou.

Ele afirma que vai ter desdobramento do leilão: "quero restabelecer todas a verdade e é importante chegar todas as informações ditas".

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