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Política Quarta-feira, 12 de Julho de 2023, 11:21 - A | A

Quarta-feira, 12 de Julho de 2023, 11h:21 - A | A

ESTADO BOLSONARISTA

Metade dos caminhões que participaram de atos golpistas partiu de MT

Sorriso foi a cidade que enviou mais veículos a Brasília

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Metade dos caminhões que integraram comboios a Brasília (DF) para atos antidemocráticos partiu de Mato Grosso. A informação consta em relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entregue à Comissão Parlamentar Mista dos Atos Golpistas, que está em andamento no Congresso Nacional.

Dos 272 caminhões que participaram dos comboios, 136 são provenientes de Mato Grosso. Outros 56 partiram da Bahia, 46 de Goiás e 26 do Paraná. Eles se reuniram em Brasília, para uma série de atos antidemocráticos realizados desde o dia 4 de novembro, em contestação ao resultado da eleição presidencial, que terminou com vitória de Lula (PT) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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O relatório aponta ainda que 132 caminhões utilizados no comboio estão em nomes de pessoas jurídicas. A CPMI investiga se grupos empresariais estavam envolvidos no financiamento de ações antidemocráticas e do acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Sorriso foi a cidade de onde saíram mais caminhões: foram 72 veículos no total. Polo do agronegócio em Mato Grosso, a cidade do Nortão tem forte identificação com Bolsonaro e deu vitória confortável para o ex-presidente, com 74,34% dos votos válidos. A BR-163 foi a principal rota usada por esses caminhões, que se uniram com veículos que saíram de Campo Novo do Parecis, Nova Mutum e Tapurah.

Foi em Sorriso que ocorreu um dos primeiros bloqueios de rodovia em protesto contra a vitória de Lula. Poucas horas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar o resultado do 2º turno, ainda na noite de domingo, 30 de outubro, caminhoneiros fecharam a BR-163 e atearam fogo em pneus em um movimento que durou quase um mês.

Dias depois, manifestantes começaram a acampar na frente de quarteis do Exército em todo o país e o comboio de caminhões de Mato Grosso partiu para engrossar o movimento em Brasília, onde foi montado um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.

Os apoiadores de Bolsonaro permaneceram acampados em frente ao QG do Exército até 9 de janeiro de 2023, quando foram expulsos pelos militares devido ao ataque aos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

Foi do QG do Exército que partiu a marcha de manifestantes que tomou a Praça dos Três Poderes, onde vandalizaram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

Mais de 1.200 envolvidos nos atos antidemocráticos foram detidos e se tornaram réus em ações que tramitam no STF. 

*Com informações do site Metrópoles

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