O governador Mauro Mendes (DEM) e mais 15 governadores assinaram uma carta nesta segunda-feira (29), cobrando ações dos presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, para coibir a disseminação de notícias falsas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os governadores criticam a crescente disseminação de materiais falsos, com o intuito de criar instabilidade institucional nos Estados. Os chefes de Executivo ressaltam o momento de crise sanitária e que a vida dos brasileiros está em risco.
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“Os governadores, juntamente com os servidores públicos e profissionais do setor privado, estão lutando muito para garantir atendimento de saúde e apoio social à população. Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos Estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos”, diz parte da carta.
“Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático”, ainda defende os governadores em outro trecho da carta.
O maior protesto, de acordo com a carta, é quando os propagadores de mentiras são autoridades federais, inclusive do Congresso Nacional, que violam os princípios da lealdade federativa.
Além de Mauro, assinam a carta, Belivaldo Chagas (SE), Camilo Santana (CE), Eduardo Leite (RS), Fátima Bezerra (RN), Flávio Dino (MA), Helder Barbalho (PA), João Azevêdo (PB), João Doria (SP), Paulo Câmara (ES), Reinaldo Azambuja (MS), Renato Casagrande (ES), Ronaldo Caiado (GO), Rui Costa, Waldez Góes (AP) e Wellington Dias (PI).
MENTIRAS NO CONGRESSO
A deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Bia Kicis (PSL), disse em suas redes socias que o policial morto na Bahia no último domingo (28) foi abatido pelos amigos de farda porque se recusou a prender trabalhadores e disse não às "ordens ilegais" do governador Rui Costa (PT) da Bahia.
O discurso ganhou força e logo foi repercutido nas redes sociais. Negacionistas de todo canto do país transformaram o policial em herói. Ele teve um surto e atirou contra seus colegas após uma intensa negociação com o Bope. Os policiais revidaram, causando sua morte.
A atitude da parlamentar rendeu críticas dos colegas, que pedem sua saída da CCJ. “Inexplicável a postura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, dep. Bia Kicis, que, na prática, estimula insurreição da PM contra o governador”, afirmou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
“A presidenta da Comissão de Constituição e Justiça está estimulando... motim? E dizendo que um PM que atira contra seus próprios colegas é... herói?”, perguntou o deputado Bohn Gass (PT-RS), líder do partido na Câmara.
Depois da polêmica Bia Kicis apagou as publicações. Carla Zambelli (PSL) também apagou o conteúdo que tratava o policial como “mito”.