O governador Mauro Mendes (União) voltou a criticar o projeto de Reforma Tributária que começou a ser discutido no Congresso Nacional. Na avaliação do governador, o texto possui vários vícios absurdos que, caso não sejam ajustados, vão retirar investimentos das áreas essenciais, como saúde e educação, e parar nas mãos de trading e de grandes empresas exportadoras.
“Existe um verdadeiro escárnio ali [reforma tributária], que é uma proposta de restituir todo o imposto pago na cadeia do agronegócio, quem vai ficar com esse imposto, que hoje fica para custear saúde, educação, segurança, fazer estrada, esse dinheiro, no final, vai ser recolhido durante toda a cadeia do agronegócio, vai para a mão das trades ou das empresas exportadoras”, disse em entrevista à imprensa na última terça-feira, 27 de junho.
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Segundo o governador, dados da Secretaria de Fazenda (Sefaz) apontam que para o próximo ano, caso o projeto seja votado do jeito que está, o impacto na máquina pública será de R$ 6 bilhões.
“Nós tiraríamos dos cofres, se implantasse o ano que vem essa reforma, R$ 6 bilhões, deixariam os cofres de Mato Grosso, iriam parar nas mãos das trades, só do Estado de Mato Grosso, só no agronegócio. Então isso é um verdadeiro absurdo”, frisou.
“Estão tirando dinheiro da saúde, de todas as áreas que o Estado hoje arrecada, e quando essa reforma tiver 100% full, esse dinheiro, se a proposta que está lá passar, vai passar para a mão das trades. É um absurdo um negócio desse. Cara, se votar isso, será o maior desvio de impostos que são usados para serviços públicos, transferindo esses impostos para as trades e as grandes empresas exportadoras. É o maior absurdo da história”, destacou.
Na última semana, Mauro prometeu que vai se unir com outros governadores, em especial os que são produtores, para “contra-atacar” para tentar reformular o texto, além de convocar os deputados federais e senadores do Estado para articular emendas à reforma.
