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Política Terça-feira, 17 de Maio de 2022, 10:01 - A | A

Terça-feira, 17 de Maio de 2022, 10h:01 - A | A

NOVELA SEM FIM

Mauro diz que TCU cometeu "presepada" ao suspender obras do BRT: "qualquer bocozinho sabe"

Governador afirmou que vai recorrer da decisão e sustenta que novo modal não tem dinheiro federal envolvido

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) voltou a criticar a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que suspendeu todos os procedimentos administrativos relativos à troca do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo Ônibus de Trânsito Rápido (BRT).

Em entrevista à imprensa na segunda-feira, 17 de maio, Mauro disse que o entendimento do TCU é um absurdo e reiterou que a nova proposta de modal não tem nenhum centavo de verba federal. Além disso, ele comentou que o órgão cometeu uma “presepada” ao dar seguimento à representação feita pelo Município de Cuiabá.

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“Respeito o ministro, mas ele ou a assessoria dele cometeu um engano ou algo que precisa ser explicado aí. Porque não tem um centavo de verba federal, é 100% dinheiro de Mato Grosso, então o TCU não tem que se meter nessa história. Isso qualquer 'bocozinho' sabe. Como é que o TCU não sabe disso?”, questionou.

Na semana passada, o ministro do Tribunal Aroldo Cedraz acatou a representação feita pelo Município de Cuiabá, que apontou irregularidades no processo de mudança do modal que estava previsto para ser instalado em Cuiabá e Várzea Grande. A decisão cautelar foi mantida pelo Pleno do TCU, por unanimidade.

Mauro disse que o governo irá adotar todas as medidas necessárias para reverter a decisão. Ele ainda contou que falou ao ministro que o VLT é filho da corrupção. Os casos de corrupção no processo de escolha e licitação do VLT constituem o principal argumento do Estado para o rompimento do contrato e o pedido de ressarcimento dos valores já pagos.

“Vocês querem que eu ressuscite o filho da corrupção? Eu já disse e vou repetir várias vezes: o VLT é filho da corrupção, nasceu na base da corrupção. Eu mostrei para o ministro: 'o senhor não sabia que lá no início era BRT, através de uma falsificação que o TCU condenou o servidor público federal que fez isso, mudou para o VLT'. O ministro: 'Ah, eu não sabia disso'. 'Pois é ministro, o senhor tem que fazer sua assessoria se informar melhor', mas lamentavelmente e estranhamente o ministro não voltou atrás”, relatou.

NOVELA SEM FIM - Defensor da conclusão das obras do VLT, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou na última semana que a Prefeitura protocolou no TCU um pedido de inspeção presencial das obras de implantação do modal. Seu objetivo é mostrar a situação de abandono do canteiro em Cuiabá e Várzea Grande, além de exibir os veículos e materiais acumulados no depósito do aeroporto.

“Com isso, vamos acabar com esses argumentos utilizados por aqueles que querem tapar o sol com a peneira”, disse.

A novela do VLT se estende desde 2014, quando o modal deveria ter sido entregue. O projeto já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, já foi alvo de operação da Polícia Federal e teve o contrato rescindido em 2017. Após estudo, o governo decidiu mudar o modal e, no último dia 28, divulgou a empresa vencedora da licitação das obras do BRT, no valor de R$ 468 milhões.

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