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Política Segunda-feira, 25 de Março de 2024, 17:50 - A | A

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RENEGOCIAÇÃO

Mauro critica "perdão" a Estados endividados e cobra igualdade em benefícios

Governador ressaltou que Estados com baixo índice de endividamento também precisam ser beneficiados pelo programa do governo federal

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) criticou nesta segunda-feira, 25 de março, a iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para um novo Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que permitirá aos Estados renegociar dívidas com a União. Ele ressalta que Mato Grosso fez o dever de casa ao tomar medidas drásticas de ajuste fiscal e que o mesmo deveria ser feito pelos demais Estados.

Segundo Mauro, as frequentes edições de programas de recuperação fiscal acabaram criando uma cultura de 'empurrar com a barriga', sem resolver o problema real do crescente endividamento dos Estados brasileiros.

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"O endividamento público vem aumentando ao longo do anos e essa dívida vai chegar aos Estados endividados e ao Governo Federal, que também é muito endividado. O tempo vai passando e vai se dando um jeitinho  de postergar mudar regra aqui e ali, e poucos são aqueles que fazem ajuste fiscal, que é gastar menos do que se arrecada, para sobrar dinheiro para investir, para melhorar a qualidade daquilo que o Estado tem o dever de fazer ao cidadão", avaliou o governador, em entrevista à Jovem Pan.

Mendes lembra que realizou medidas de contenção de gastos e enxugamento da máquina pública no início de seu mandato, que deram resultados rapidamente e reduziram o grau de endividamento do Estado, permitindo a ampliação dos investimentos.

"Em Mato Grosso, graças a Deus,  esse duro ajuste que fizemos há 5 anos deixou o Estado muito equilibrado. A nossa dívida está em torno de 10% da nossa receita corrente líquida. É um dos endividamentos mais baixos entre os estados brasileiros", enfatizou.

O governador apontou ainda que os benefícios concedidos aos Estados endividados, como a redução de juros, precisam ser estendidos àqueles que 'fizeram o dever de casa'.

"Porque não é justo dar tratamento diferenciado àqueles que não fizeram o dever de casa e não dar àqueles que estão se empenhando. Se o Haddad fizer isso, vai ter que fazer para todos, garantindo isonomia e não privilégios àqueles [estados que não fizeram o dever]. Talvez não seja culpa dos atuais governadores, porque são dívidas construídas há décadas", disse. 

O governador criticou o "jeitinho" brasileiro e o "empurrar com a barriga" o problema das dívidas e lembra que a Argentina seguiu esses mesmos passos há 20 anos, que levaram à quebradeira do país em 2021.

"Um dia a conta chega para todos os brasileiros. Um país mal administrado, sem regras claras, onde é negociado e tudo bem, e se cria mecanismos ineficientes que vai trazer consequências graves ao cidadão. Se algo muito sério não for feito, onde muitos dispositivos e regras não são cumpridas, a população é quem pagará a conta. No Brasil gasta muito com a máquina pública e não tem fórmula mágica", ressaltou. 

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