O marido da vereadora Edna Sampaio (PT), Willian Sampaio, negou que tenha feito qualquer tipo de cobrança à ex-chefe de gabinete da parlamentar, Laura Abreu, para transferência da verba indenizatória para uma conta conjunta do gabinete. A fala dele aconteceu durante oitiva da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores que aconteceu na tarde de sexta-feira, 23 de junho.
Willian comentou que as mensagens que encaminhou para ex-chefe de gabinete foram de cunho orientativo, pois atua no mandato de sua esposa através de uma comissão, de forma voluntária, que ajuda a petista nas atividades parlamentares.
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“Eu conheço a Laura desde 2016, quando ela foi candidata a vereadora. Eu era presidente do PT no estado e eu posso trocar mensagens com ela com liberdade, como dirigente do partido, como militante, como uma pessoa que trabalha no mandato. Meus diálogos com ela são de cunho orientativo, estou orientando. Inclusive, uma daquelas que ela faz a transferência, venho e pergunto: ‘a Edna mandou você colocar nessa conta’, porque ela estava colocando em uma conta que não era do mandato coletivo”, explicou.
Willian ainda destacou que a lei da Câmara que trata sobre a VI não é tão específica quanto à forma de utilização do recurso, principalmente em relação ao benefício que é concedido aos chefes de gabinetes.
“A lei não fala como tem que ser a operacionalização, ela é... não fala. Aonde que está escrito que tem que ser em uma conta específica da pessoa? Raciocina comigo, se a pessoa tem a discricionariedade para administrar esse recurso na sua conta pessoal, na mesma conta que ela vai que paga seu condomínio, comprar comida do cachorro, na mesma conta que ela faz suas despesas pessoais, ela pode movimentar esse recurso da verba indenizatória ali, qual o problema de ela movimentar numa outra conta, que é específica para essa finalidade? Onde está o erro nisso?”, questionou.
A interpretação do marido de Edna sobre as normas que tratam da VI irritou alguns parlamentares que acompanhavam a oitiva. O presidente da Comissão, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), chegou a pedir que ele indicasse em qual parte do documento estava descrito que o recurso poderia ser transferido para outras contas ou ser usado para despesas do gabinete e não da atividade da servidora.
DENÚNCIA
A vereadora foi alvo de uma denúncia de possível prática de rachadinha com verba indenizatória de chefe de gabinete. O caso apresentado pelo site RD News mostra prints em que a ex-chefe de gabinete era cobrada para devolver o valor para contas bancárias da petista.
O episódio fez com que seus colegas de parlamento apresentassem pedido de abertura de comissão processante na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, para apurar suposta quebra de decoro. O caso também é apurado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT).
DEFESA
A vereadora se defendeu das acusações dizendo que está sendo vítima de violência política e de gênero, cometidas por pessoas que tentam desgastá-la emocionalmente com acusações que não têm nenhum fundamento.
Edna explicou que seu mandato é coletivo e tem participação de co-vereadores, que são informados a cada trimestre sobre como estão sendo gastos os recursos de suas verbas indenizatórias, tanto as suas como as do chefe de gabinete.