O governador Mauro Mendes (União) críticou a abertura da CPI da Intervenção na Câmara Municipal de Cuiabá. A Comissão Parlamentar de Inquérito terá o papel de investigar as denúnicas de um suposto sobrepreço na compra de medicamentos por parte do gabinete de intervenção.
Mauro enfatizou que a gestão de seu adversário político, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), foi alvo de várias operações policiais, sem que os vereadores tenham tomado a iniciativa de investigar os fatos em questão. Ele também declarou que não teme a CPI e acredita que os resultados alcançados por sua equipe na Saúde Pública da capital irão surpreendê-los.
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"A base de Emanuel Pinheiro, que foi alvo de quase 10 operações, nunca se dispôs a instaurar uma CPI. Agora, eles criaram uma CPI que considero ridícula para investigar a intervenção. No entanto, podem se surpreender com os resultados, caso optem por investigar, ou isso será apenas mais um encobrimento por parte desses vereadores em relação à administração de Emanuel Pinheiro", avaliou o governador durante entrevista à imprensa na segunda-feira, 2 de outubro.
Mauro Mendes destacou que a intervenção na Saúde de Cuiabá foi uma medida solicitada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e autorizada pelo Poder Judiciário. Além disso, ele enfatizou que sua administração promoveu melhorias significativas na área, incluindo a entrega de unidades de saúde e aquisição de medicamentos e insumos.
"Embora a Secretaria tenha passado a fazer parte do governo, eu fui incumbido de nomear, mas a intervenção foi solicitada pelo Ministério Público e decretada pelo Poder Judiciário, portanto, todos são co-responsáveis. Estamos fazendo o melhor possível, e muitas melhorias foram implementadas. Só não percebem isso aqueles que fazem oposição ou optam por ignorar as melhorias evidentes. Houve nomeações de médicos, a compra de medicamentos foi realizada, e inauguramos a UPA. Inclusive, iniciamos a entrega de obras com alto padrão de qualidade. Esses avanços estão incomodando muitas pessoas", declarou o governador.
A CPI foi instaurada após denúncias feitas pelo próprio prefeito, no que foi chamado de "caixa-preta" da intervenção, apontando diversas irregularidades supostamente cometidas pela equipe estadual na Saúde Pública de Cuiabá. Segundo o levantamento realizado pelo município, na análise dos registros da compra de 14 medicamentos na modalidade indenizatória, foram encontrados indícios de um sobrepreço de aproximadamente 43%, quando comparados aos valores registrados nas atas de preços realizadas pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Rio Cuiabá. O processo teria causado um prejuízo aos cofres públicos municipais estimado em cerca de R$ 540 mil.
