Fundador e líder nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos detonou o ex-deputado estadual Ulysses Moraes (Podemos) durante entrevista a um podcast de Cuiabá. Renan chamou o ex-parlamentar de “vagabundo” e o acusou de trair o grupo que teria ajudado a elegê-lo em 2018 para a vaga na Assembleia.
Ulysses Moraes se elegeu com a bandeira do MBL em 2018, usando o discurso de que faria a “nova política”. Porém, logo no início de seu mandato, o MBL se distanciou da direita bolsonarista. Líder do movimento em Mato Grosso, Ulysses optou por se manter fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se distanciou do grupo.
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Para o fundador do movimento, o comportamento de Ulysses é similar ao de parlamentares do Centrão, grupo de políticos que não tem ideologia definida e que tem como objetivo único assegurar uma posição junto ao Poder Executivo, para conseguir vantagens e privilégios.
“Aqui, a gente elegeu um candidato. O Ulysses, foi um cara que era do MBL e traiu a gente porque é vagabundo”, disse Renan, em entrevista ao podcast Tudo Menos Política.
“Ele construiu um monte de núcleos aqui e as pessoas trabalharam pela eleição dele aqui no estado. Aí ele ganha e ele mesmo trabalha para desmontar, usa as pessoas e esconde o movimento que fez parte. É um oportunista, carreirista. Isso é o que mais tem, como o Fernando Holiday, é outro dessa mesma laia. É gente que se comporta como se fosse o rato mais ‘ratoso’ do Centrão. É o mesmo comportamento”, complementou.
A treta entre Ulysses e o MBL se instaurou ainda durante o mandato do ex-deputado. Em março de 2022, membros do MBL levaram uma faixa à Assembleia Legislativa em protesto contra Ulysses, devido ao apoio que o deputado prestava ao ex-presidente Bolsonaro. A faixa dizia que "rachador tem que ir pra cadeia", referindo-se ao inquérito que apura suspeita de rachadinha supostamente praticada por Bolsonaro e seus filhos.
Durante seu mandato como deputado, Ulysses fez oposição sistemática ao governador Mauro Mendes (União), fazendo inclusive ataques pessoais contra o gestor. Em meio às desavenças, Mauro chegou a chamar o ex-deputado de “moleque” e “imbecil”.
Na última eleição, Ulysses disputou para deputado federal e chegou a fazer mais de 50 mil votos, mas seu partido não conquistou o número mínimo de votos para atingir o coeficiente eleitoral e ele ficou sem cargo eletivo. Porém, um mês após o fim de seu mandato, Ulysses foi nomeado superintendente de Controle Interno da Assembleia Legislativa, com salário de R$ 14,9 mil.
Agora, o ex-deputado é apontado como pré-candidato a prefeito de Cuiabá pelo Podemos, para as eleições de 2024.
