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Política Terça-feira, 02 de Novembro de 2021, 22:00 - A | A

Terça-feira, 02 de Novembro de 2021, 22h:00 - A | A

OPERAÇÃO CUPINCHA

Ex-secretário pode ter usado nome falso para ser sócio de empresa

Célio Rodrigues da Silva teria adotado o sobrenome Sampaio em nome falso

Wellington Sabino | FolhaMax

Dentre os delitos atribuídos ao ex-secretário municipal de Saúde, Célio Rodrigues da Silva, um dos principais alvos da Operação Cupincha, da Polícia Federal, existe até a suspeita de que ele possa ter cometido falsidade ideológica envolvendo um episódio registrado em 2013. Naquela época, os sócios da empresa Ventura da Silva & Cia Ltda, de nome fantasia EcoTur – Turismo, criada em 2007, foram excluídos e outros dois nomes foram incluídos, sendo que um deles era Célio Rodrigues Sampaio. Hoje a empresa se chama C. R. Sampaio – Eireli.

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“Neste ponto da investigação, a autoridade policial suspeita que Célio Rodrigues da Silva e Célio Rodrigues Sampaio sejam a mesma pessoa”, consta na decisão do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso. No despacho, ele decretou a prisão preventiva de Célio Ribeiro, de seu “assessor” Liandro Ventura da Silva e também do advogado e empresário Paulo Roberto de Souza Jamur, morador de Curitiba (PR).

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Conforme as investigações da Polícia Federal, os três ocultaram e dissimularam a natureza, origem, movimentação e propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal (propina). O magistrado também expediu 13 ordens de busca e apreensão para cumprimento em Cuiabá e Curitiba, onde mora Paulo Jamur, além de ter decretado o bloqueio e sequestro de R$ 46,4 milhões de 21 pessoas e empresas investigadas por fraudes na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Os crimes investigados são corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

O maior bloqueio determinado pelo magistrado, no valor de R$ 4,1 milhões, sobre o empresário Paulo Jamur. Do núcleo dele, situado em Curitiba, ainda sofreram bloqueios Miriam Flávia Caldeira Jamur, com R$ 3,6 milhões e o escritório de advocacia Paulo Jamur Sociedade Individual de Advocacia, com R$ 3,4 milhões.

Célio Rodrigues teve decretado contra si um bloqueio de R$ 2,1 milhões, quantia também bloqueada (se houver dinheiro) nas contas de Liandro Ventura da Silva e de sua empresa Ventura Prestadora de Serviços Médicos Hospitalares Ltda. A Polícia Federal apurou que Liandro é uma espécie de "assistente" de Célio Rodrigues.

O ex-secretário municipal de saúde que é apontado como "sócio oculto" da Ventura Prestadora de Serviços. Liandro também é sócio da Cervejaria Cuyabana para ocultar a presença de Célio. Dos três alvos de mandados de prisão preventiva, Liandro é o único que continua foragido.

No tocante às empresas supostamente envolvidas nos esquemas de pagamentos de propina para assinar contratos emergenciais com a Secretaria Municipal de Saúde ou então usadas para lavar o dinheiro de propina, os agentes e delegados da Polícia Federal fizeram vários cruzamento de informações como datas, nomes e ramo de atuação das empresas.

Nesse contexto, a decisão da Justiça Federal descreve que Liandro Ventura da Silva ingressou na sociedade da empresa M. A. C. Nascimento – ME, em 27 de maio de 2015, sendo que um mês após, a sócia Maria Alcione Cesário do Nascimento saiu da sociedade, dando lugar a Joany Costa de Deus, atual esposa de Célio Rodrigues da Silva, que permaneceu na sociedade por apenas um mês.

Consta ainda que Liandro também é proprietário da empresa Ventura Comércio e Serviços Ltda, com endereço cadastral da sede na Rua Abuna, nº 1615, Loja 02, Olaria, Porto Velho (RO), mesmo local onde está localizada a sede da empresa Royal Decorações – Eireli, em nome de Joany Costa de Deus.

OPERAÇÃO CUPINCHA

A Operação Cupincha é um desdobramento da Operação Curare deflagrada pela Polícia Federal no dia 30 de julho deste ano. Conforme as investigações, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde da Capital e que recebeu mais de R$ 100 milhões, entre os anos de 2019 e 2021, se manteve à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de propina. Esses pagamentos ilegais, segundo a PF ocorreram de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.

Na operação, deflagrada no dia 28 de outubro, foram presos o ex-secretário municipal de Saúde, Célio Rodrigues da Silva (em Cuiabá) e o advogado e empresário Paulo Roberto de Souza Jamur (em Curitiba). Uma luxuosa lancha pertencente a Célio Rodrigues foi apreendida no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães. Na cidade de Curitiba, foram apreendidos veículos de luxo pertencentes a Paulo Jamur, mas que estavam registrados em nome de terceiros para ocultar o patrimônio do empresário. No total, foram bloqueados R$ 46,4 milhões de 21 pessoas e empresas investigadas por suposta participação no esquema.

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