O assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Ernesto Augustin, o “Teti” (PT), comentou o escândalo envolvendo o leilão do arroz. Para ele, o suposto envolvimento de Marcelo Geller no certame, embora possa não ser ilegal, é imoral. Marcelo é filho de Neri Geller, que ocupava a Secretaria Nacional de Política Agrícola e foi exonerado após o escândalo. Teti conversou com a imprensa na manhã do último sábado, 29 de junho.
“Como é que a população vai enxergar? Ele é ordenador do leilão e o corretor é sócio do filho dele? É legal? Pode ser até legal, mas é imoral. Mas ele não tinha intimidade [...] Como é que eu vou aceitar que o ordenador do leilão tenha um filho que é sócio do corretor. Não é ilegal. Se for olhar, pode fazer isso. Mas ficou [ruim], em razão de tudo o que aconteceu”, afirmou.
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O Governo Federal realizou um mega leilão para adquirir 263 mil toneladas de arroz importado, devido ao risco de desabastecimento após as enchentes do Rio Grande do Sul, estado que é responsável por mais de 70% da produção nacional do cereal. O objetivo era criar estoque para o caso de o país precisar.
Porém, o leilão se tornou uma dor de cabeça para o Governo Lula após a revelação de que a empresa Foco Corretora de Grãos, uma das vencedoras, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara dos Deputados e sócio de Marcelo Geller em outras empresas.
Teti comentou ainda que o leilão também tinha o objetivo de baratear o preço do arroz para os consumidor brasileiros. Segundo ele, o objetivo já foi alcançado, mesmo com o leilão sendo cancelado. Ele pontua que talvez não seja mais necessário realizar outro leilão, mas isto ainda não está certo. A possibilidade ainda está sendo analisada pelo Mapa.
