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Política Domingo, 16 de Maio de 2021, 14:00 - A | A

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BRIGA DE "ENGENHEIROS"

Engenheiro da Sinfra sugere que Cuiabá anule concessão de transporte público por falta de projeto executivo

Jefferson Oliveira

Repórter | Estadão Mato Grosso

Rafael Detoni Moraes, engenheiro da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) desafiou a prefeitura de Cuiabá nesta sexta-feira (14) a anular os contratos de concessão do transporte público na capital por falta de projeto executivo.

Um dos argumentos de Cuiabá para não aceitar o a implantação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), movido a eletricidade, é a falta de um projeto executivo, mas o engenheiro garantiu que nem os transportes públicos que operam em Cuiabá, seguiram essa recomendação.

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“Se isso for uma premissa, a gente precisa rever a concessão de transporte público em Cuiabá, porque no contrato que foi assinado, está prevista a construção de estações de integração depois de três anos de operação. Seria uma estação de conexão na região da Antárctica, da Rodoviária, no Pedra 90, são obras de engenharia, no entanto, não existe nenhum projeto executivo, nenhum projeto básico, sequer a localização de implantação dessas estações”, detalhou Rafael sugerindo que os contratos sejam anulados.

O responsável pelo estudo técnico apresentado pelo governo, ainda disse que o apresentado pelo estado, é um estudo de viabilidade econômica e cobra da prefeitura de Cuiabá, algum estudo de viabilidade econômica e transporte, feita a partir de projeto executivo de engenharia.

“Não tem. O [projeto] mais recente deles, a linha 18 do CPTM de São Paulo, em um edital tremendo, não tem uma linha de projeto executivo, porque se trata de estudo de viabilidade econômica”, concluiu.

Outro lado:

Já para Juares Samaniego, que é presidente que é presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) e secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, disse que é preciso analisar o contexto, dinheiro já investido e que a conta apresentada pelo governo do estado para implantar o BRT é mentirosa.

Secom / Câmara Municipal

Juares Samaniego

 

Ele alega que a vida útil apresentada pelo fabricante do ônibus elétrico [BRT] é de 15 anos e a bateria renovada a cada 8 anos.

“Ele [Rafael] apresenta que a frota de 54 ônibus custa R$ 35 milhões, não é verdade. Cada ônibus custa R$ 2,6 milhões conforme informação do fabricante, então temos um custo de R$ 142 milhões em detrimento aos 35 apresentados. Se você tiver que substituir o modal em 15 anos, porquê o VLT é para 30 anos, só de ônibus teríamos um custo de R$ 284 milhões”, detalhou Samaniego.

Outro gasto que o estado não diz, é na questão das baterias dos ônibus, terão ter que ser substituídas quatro vezes nos 30 anos de concessão, e isso vai dar um valor de 40% de cada ônibus, e no final, para se concluir o valor real do BRT, Samaniego calcula em torno de R$ 822 milhões e não R$ 460 milhões como apresentados pelo governo de Mato Grosso.

Em relação ao projeto executivo, o presidente do Crea rebateu Rafael e achou um absurdo que ele faça uma declaração que não seria necessário o projeto na obra milionária.

“É uma piada um técnico que se fala ser engenheiro de trânsito, mas não é. Ele é arquiteto, não ter conhecimento técnico de projeto executivo. Falar que não precisa de projeto executivo em uma obra de R$ 800 milhões é uma piada e eu como presidente do CREA e secretário de mobilidade urbana, acho isso muito perigoso”, pontuou.

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