O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), acredita que a Câmara de Vereadores não deve ficar calada diante da denúncia contra a vereadora Edna Sampaio (PT), sobre possível prática de rachadinha com a verba indenizatória de sua ex-chefe de gabinete.
Durante o lançamento da obra da reforma da Associação dos Feirantes nesta segunda-feira, 8 de maio, Emanuel comentou que julgamento, investigação e denúncia não é condenação. Ele ainda pediu aos vereadores que dêem a oportunidade para que Edna dê sua explicação sobre o assunto. Porém, em sua avaliação, a situação dela é indefensável.
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“Vai dizer que ficou bom para vereadora e para Câmara? É claro que não ficou, mas tem que ser ouvida a versão dela. Os fatos são graves […] uma situação praticamente indefensável. Mas, ela merece o direito de defesa, ela tem o direito de defesa até no processo, se vier a ter, de cassação, oportunize esse direito a ela. Se o Ministério Público provocar com uma ação, oportunize esse direito a ela. Sem resposta não pode ficar”, disse.
O prefeito destacou, durante o discurso, a necessidade de se garantir o devido processo legal diante de denúncias apresentadas contra agentes políticos. Ele ainda comentou que, apesar de Edna integrar a oposição, não deseja para ela o mesmo tratamento que deram a ele quando foi divulgado vídeo recebendo maços de dinheiro do ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Corrêa.
“A situação não é fácil, mas, como disse, ela não pode ser condenada sem antes ter o devido processo legal. Então, não posso ser incoerente. Aquilo que eu pedi para mim, aquilo que eu enfrentei e pedi para mim, eu tenho... Não importa se gosta de mim, o que importa é a verdade. Então, a verdade é absoluta. Aquilo que eu não quero para mim, eu não quero para os meus adversários”, destacou.
“Apesar de ser uma situação difícil, praticamente indefensável, ela tem o direito de defesa e tem que se defender”, defendeu.
O CASO
A vereadora foi alvo de uma denúncia de possível prática de rachadinha com verba indenizatória da ex-chefe de gabinete. O caso apresentado pelo site RD News mostra prints em que a ex-chefe de gabinete era cobrada para depositar o valor em contas bancárias da petista.
O episódio fez com que seus colegas de Parlamento apresentassem pedido de abertura de comissão processante na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, para apurar suposta quebra de decoro. De acordo com o presidente, dois procedimentos já foram protocolados até o momento.
Os documentos serão encaminhados para Procuradoria-Geral e, em seguida, para análise e investigação da Comissão de Ética.
"NÃO FOI RACHADINHA"
Na tribuna da Câmara, a vereadora se defendeu das acusações. Ela comentou queestá sendo vítima de violência política e de gênero, cometidas por pessoas que tentam desgastá-la emocionalmente com acusações que não têm fundamento.
Edna explicou que seu mandato é coletivo e tem participação de co-vereadores, que são informados a cada trimestre sobre como estão sendo gastos os recursos de suas verbas indenizatórias, tanto as suas como as do chefe de gabinete.
A vereadora ainda destacou que a prática de rachadinha consiste na apropriação do salário do servidor, o que, segundo ela, não aconteceu.
Edna ainda prometeu recorrer à Justiça contra todos que compartilharam inverdades sobre ela e também para reparar a sua imagem perante a sociedade cuiabana.
