O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), disse que não tem orientado sua base na Câmara de Vereadores sobre o posicionamento em relação ao processo ético contra a vereadora Edna Sampaio (PT), alvo de denúncia de rachadinha com verba indenizatória de sua chefe de gabinete.
A Comissão de Ética foi provocada após requerimento do vice-líder de Emanuel no Legislativo, o vereador Luís Cláudio (PP). Todavia, o prefeito garante que não se envolve nos assuntos internos da Câmara. Em conversa com jornalistas, ele disse que a única instrução que tem repassado aos parlamentares é que o direito de defesa da petista seja respeitado.
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“Não me envolvo em nada na Câmara Municipal de Cuiabá. Eu respeito demais a liberdade, a independência, a relação independente e harmônica entre os Poderes. Agora, claro, como agente político, como liderança política, um vereador ou outro conversa comigo. Se dependesse de mim, eu diria o seguinte, não tripudie em cima da colega. Dê a ela oportunidade de defesa. Dê a ela oportunidade de se defender. Isso é sagrado. Um dos pilares do Estado Democrático de Direito é o direito de defesa, do contraditório e da ampla defesa”, disse.
Emanuel ainda reiterou que tem alertado seus aliados para que não tentem 'surfar' na onda da acusação, porque “amanhã pode ser vocês”.
“E eu vejo agora, sem nenhum escrúpulo, alguns parlamentares, algumas parlamentares, tripudiando em cima da vereadora, como se fossem ícones ou paladinos da moralidade. Eu acho isso um absurdo. Faça o seu papel, cumpra o seu papel […]. Não façam julgamento, não provoquem, não façam julgamento antecipado, porque amanhã pode ser você”, frisou.
DENÚNCIA
Edna Sampaio foi alvo de uma denúncia de possível prática de rachadinha com verba indenizatória de chefe de gabinete. O caso apresentado pelo site RD News mostra prints em que a ex-chefe de gabinete era cobrada para devolver o valor da verba indenizatória em contas bancárias da petista.
O episódio fez com que seus colegas de Parlamento apresentassem pedido de processo na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara para apurar suposta quebra de decoro. O caso também é apurado pelo Ministério Público Estadual (MP-MT).
DEFESA
A vereadora se defendeu das acusações dizendo que está sendo vítima de violência política e de gênero, cometida por pessoas que tentam desgastá-la emocionalmente com acusações que não têm nenhum fundamento.
Edna explicou que seu mandato é coletivo e tem participação de co-vereadores, que são informados a cada trimestre sobre como estão sendo gastos os recursos de suas verbas indenizatórias, tanto as suas como as da chefe de gabinete.
