O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), criticou a lei sancionada pelo seu adversário político, o governador Mauro Mendes (União), que proíbe a pesca e transporte de peixe nos rios de Mato Grosso no período de cinco anos, medida apelidada de Transporte Zero. Na avaliação do prefeito, a proibição acaba com a história e cultura ribeirinha do Estado, principalmente, das cidades de baixada cuiabana.
Além disso, ele acredita que a vedação da pesca não tem ligação com a possibilidade de repovoamento dos cardumes nos rios, mas sim a outros interesses econômicos.
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“É uma violência contra os pescadores, contra a tradição, a história, a cultura de cidades ribeirinhas como Cuiabá, Leverger, Barão de Melgaço, entendeu? E outras tantas que defendem o pescado como Poconé, como Rosário, Nobres, tantas outras, especialmente a Baixada, pois é uma violência. É um total desapreço à nossa história e aos bons costumes, atendendo a interesses duvidosos. Porque com certeza não é preocupação com o repovoamento dos rios, do rio, essa medida”, disse em entrevista à imprensa na última semana.
“Com certeza deve ser para atender medidas que não vão ao interesse da sociedade, como por exemplo usinas hidrelétricas, a margem do rio. Então não sei, mas não sabemos o que está por trás de uma medida que representou uma violência à história, à cultura e à vida dos pescadores”, complementou.
Emanuel comentou que acionou a Procuradoria-Geral do Município para que possa adotar alguma medida judicial para tentar derrubar o início da proibição, que começa a partir de janeiro de 2024. O filho dele, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB), o Emanuelzinho, pretende reunir os partidos de esquerda e de centro-esquerda para tentar ingressar uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os efeitos da lei.
Além disso, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) tem articulado com o governo federal para tentar evitar a proibição. Essa semana, ele esteve com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) conversando sobre o fato. O governador chegou a ironizar a situação, alegando que o parlamentar pode recorrer até o Papa e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que o Transporte Zero será aplicado em Mato Grosso a partir do ano que vem.