A Operação Ragnatela causou “burburinhos” na política de Mato Grosso nesta semana. Isto porque, além vereador e dos servidores alvos da polícia, o inquérito policial também citou nomes de outros políticos. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou ter analisado os documentos e defendeu a prisão do ex-diretor do presídio do Carumbé e atual presidente da Fundação Nova Chance (Funac), Winkler de Freitas Teles.
“O que eu vi de estarrecedor foi o diálogo do secretário-adjunto de Estado, o Winkler, com um dos chefes do comando, falando em dinheiro, falando em recurso pra preso, por transferência de preso, R$ 20 mil pra cada um, dívida de R$ 100 mil, supostamente, para o ex-secretário de Segurança, e que foi cumprido rigorosamente dias depois daquela transferência. Gente, pelo amor de Deus... isso foi fato [...] era pra ter busca e apresentação e prisão aí” disse.
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Prints de conversas de WhatsApp revelaram que Winkler de Freitas Teles cobrava o valor de R$ 20 mil para transferir lideranças do Comando Vermelho da Penitenciária Central do Estado (PCE) para presídios de menor rigor penitenciário para facilitar o diálogo entre os faccionados soltos.
O esquema ainda contava com a participação de Luiz Otávio Natalino, policial penal de Mato Grosso.
Além de falar que Winkler deveria estar preso, o prefeito também pediu que o deputado estadual Beto Dois a Um (União) fosse investigado após ter sido citado no inquérito. O inquérito policial revela conversas em que os alvos prometem apoio à campanha do deputado em 2022. Sobre a citação do governador Mauro Mendes (União), Emanuel disse que não viu nada demais.
“A do Beto Dois a Um, eles [faccionados] falam que vão procurar o Beto, vão apoiar pra deputado, tem que ver se apoiou. Se eles apoiaram aí pode ser em troca do apoio, seria isso aí e tal. E do governador tem que ser coerente da mesma forma que encaro em relação a mim então, não vi nada”, disse.