A vereadora Edna Sampaio (PT) anunciou nesta terça-feira, 30 de abril, que deixará a Comissão Processante criada pela Câmara de Cuiabá para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Em conversa com jornalistas, Edna afirmou que a comissão não tem feito seus trabalhos de forma correta e está “criando mamão com açúcar” para a defesa do prefeito anular o processo posteriormente.
Segundo a petista, o documento oficializando sua saída será entregue à Câmara ainda nesta terça. Visivelmente revoltada, ela afirmou que a comissão é apenas um "faz de conta" e que sua condução é desorganizada.
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“Estão criando mamão com açúcar para o prefeito sem fazer a condução, como deve ser, correta da comissão”, disparou.
“É uma comissão de faz de conta”, resumiu.
Edna ainda fez insinuações sobre um possível conluio com pessoas de confiança do prefeito, que teriam papeis-chave na condução dos trabalhos da comissão. Segundo a vereadora, a Procuradoria-Geral da Câmara, por exemplo, é suspeita para orientar os trabalhos da comissão.
“Então, existe um conluio, uma organização que impede uma investigação isenta nessa comissão. E eu não posso ficar em uma comissão onde eu não tenha como atuar enquanto membro, que possa contribuir com ela”, enfatizou.
A vereadora também afirmou que suas contribuições à comissão têm sido descartadas pelos outros membros, mesmo quando são importantes para garantir a condução correta do processo.
“Então, como é que eu vou continuar em uma comissão que não tem estratégia de trabalho, que não tem planejamento de trabalho, que não aceita as contribuições, a não ser no limite exato do que convém, e mais do que isso, que está sendo orientada pela Procuradoria-Geral da Câmara de Cuiabá, que é homem de confiança do prefeito Emanuel Pinheiro”, detalhou.
Segundo a vereadora, o resultado da Comissão Processante já estaria previamente definido e teria como objetivo "limpar a barra" dos vereadores que blindaram Emanuel de outras investigações ao longo dos 7 anos de mandato, de olho nas eleições municipais. Outro objetivo seria criar condições para que a defesa de Emanuel anule os trabalhos posteriormente.
“Eu não posso ficar em uma comissão que já tem previamente o resultado que vai ser produzido. De um lado, limpar a cara de quem livrou o prefeito esse tempo todo da abertura de uma comissão processante. De outro lado, criar uma condição para ali na frente ter nulidade e o trabalho não valer de nada”, afirmou.
