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Política Quinta-feira, 23 de Novembro de 2023, 13:51 - A | A

Quinta-feira, 23 de Novembro de 2023, 13h:51 - A | A

EX-CASSADA

Edna retorna à Câmara e detona colegas; "hipócritas e defendem quem desvia bilhões"

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

A vereadora Edna Sampaio (PT) concedeu uma entrevista coletiva  na manhã desta quinta-feira, 23 de novembro, para falar sobre o seu retorno à Câmara de Cuiabá, após a Justiça considerar que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá extrapolou o prazo de 90 dias para concluir o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que culminou em sua cassação. 

Edna classificou a condução do seu processo como "vergonhoso" e que teria sido vítima de violência política de gênero e racial. "Eu volto para Câmara com a tranquilidade que eu saí. Eu enfrentei uma violência política de gênero, uma violência racial, um processo ilegal, vergonhoso e que não me permitiu a defesa. Quando eu era criança, as pessoas me diziam assim, 'se você entrar na política e não faz acordo com eles, será retirada'. E hoje eu sou e eu experimentei isso na pele. Houve um consenso para minha cassação, um consenso sobre um ato absolutamente ilegal", disse.

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Ela chamou seus colegas de hipócritas por defender quem desvia bilhões em recursos públicos, e cassam o mandato de uma vereadora que "nada cometeu". 

"Eu tenho a tranquilidade inclusive para enfrentar a hipocrisia daqueles que cassam um mandato de uma vereadora que nada cometeu, mas mantém intactas pessoas que se que são alvos de muitas investigações de desvios de bilhões de reais, de contaminação e destruição da natureza. Então é uma hipocrisia essa essa discussão sobre apropriação ilícita, que ninguém ainda teve a capacidade de provar. Hoje, o juiz indeferiu o pedido do Ministério Público, que equivocadamente, pediu a minha condenação e também a devolução do recurso eu não tenho nenhuma preocupação com isso, acho que a população cuiabana merece o respeito, assim como eu, como pessoa, como mulher, como como vereadora, como parlamentar que sou, de uma vida correta, extremamente zelosa com a administração pública", disse.

O advogado da vereadora, Julier Sebastião, disse que deu a entender que  o processo teria sido conduzido por uma pessoa bêbada ao volante.

"O processo na Comissão de Ética foi pilotado como se estivesse sendo dirigido por um motorista embriagado, então esse tipo de tropeço e abusividade à Constituição do Brasil não permite", cutucou ele.

Com relação à denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) que acusou a vereadora de ter cometido ato de improbidade administrativa, além de solicitar o ressarcimento em R$ 40 mil ao erário público, por suspeita de apropriação indevida da verba indenizatória, Julier alega que a decisão do juiz Agamenon Alcântara Moreno Júnior, da 3º Vara Especializada de Fazenda Pública de Cuiabá, indeferiu o pedido de afastamento. "Com todo respeito à instituição, mas não tem base para isso, tanto é que o juiz indeferiu isso". 

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