Dollar R$ 6,04 Euro R$ 6,22
Dollar R$ 6,04 Euro R$ 6,22

Política Quinta-feira, 22 de Junho de 2023, 18:05 - A | A

Quinta-feira, 22 de Junho de 2023, 18h:05 - A | A

DEMITIDA NA GRAVIDEZ

"Edna falou que minha gravidez iria custar muito para o mandato dela", diz ex-servidora

Laura Abreu disse que pediu ajuda à vereadora para montar o enxoval do bebê, mas ouviu como resposta que isso não seria problema dela

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

A ex-chefe de gabinete da vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), Laura Abreu, participou de uma oitiva na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira, 22 de junho. Aos membros da comissão, Laura comentou que a parlamentar a demitiu grávida, sem nenhum acordo, e ainda ignora um pedido de ajuda para comprar o enxoval de seu bebê.

Laura contou que descobriu em novembro de 2022 que estava grávida. Seguindo os protocolos internos, ela encaminhou um comunicado ao setor de Recursos Humanos da Câmara e, em seguida, conversou com a petista, que não demonstrou reação negativa.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Passados alguns dias, conforme a ex-servidora, começou a sentir muitas náuseas e tinha dificuldades para comer e beber, situações que estavam atrapalhando seu trabalho. Laura disse que procurou a vereadora para conversar, porque estava se sentindo incomodada com a situação, quando foi pega de surpresa ao ser comunicada de sua exoneração.

Ela enfatizou que Edna comentou que a situação dela poderia prejudicar o mandato e que seu período na Câmara era temporário. Laura falou que precisava do salário de chefe de gabinete (no valor de R$ 7 mil) para montar o enxoval de seu bebê, mas, segundo ela, o pedido foi ignorado por Edna.

“Ela falou para mim que não teria condições de ficar comigo porque ela é mãe de três filhos, ela sabe como é estar grávida, que a minha condição iria custar para o mandato dela. Eu não estou mentindo, ela falou isso para mim, que a minha condição iria custar muito para o mandato dela, porque ela tem dois anos de mandato e ela precisava de alguém que pudesse se dedicar integralmente, que pudesse doar 100% e na condição que eu estava isso era impossível”, relatou.

"Eu disse: 'Edna, eu não a primeira mulher que fica grávida e precisa trabalhar. Muitas mulheres fazem isso, muitas mulheres passam por isso e trabalham até o final da gestão'. E ela falou: 'Laura, é muito difícil fazer isso, infelizmente não tem como continuar' […]. Como vou fazer para me sustentar com dois filhos com R$ 1,5 mil da prefeitura, como é que vou fazer para fazer o enxoval com R$ 1,5 mil? Ela falou que eu sabia que isso era temporário, momentâneo, e que a minha situação financeira não era um problema que ela tinha que resolver”, complementou.

 

DENÚNCIA

Edna Sampaio é alvo de uma denúncia de possível prática de rachadinha com verba indenizatória da ex-chefe de gabinete, Laura Abreu. O caso foi apresentado pelo site RD News e mostra prints em que a ex-chefe de gabinete era cobrada para devolver o valor para contas bancárias da petista.

O episódio fez com que seus colegas de parlamento apresentassem pedido de abertura de comissão processante na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, para apurar suposta quebra de decoro. O caso também é apurado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT).

DEFESA

A vereadora se defendeu das acusações dizendo que está sendo vítima de violência política e de gênero por pessoas que tentam desgastá-la emocionalmente com acusações que não tem nenhum fundamento.

Edna explicou que seu mandato é coletivo, e tem participação de co-vereadores, que são informados a cada trimestre sobre como estão sendo gastos os recursos de suas verbas indenizatórias, tanto suas como do chefe de gabinete.

search