De volta ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) após quatro anos e 10 meses de afastamento, o conselheiro Sérgio Ricardo fez questão de responder às suspeitas de compra de sua vaga na Corte. Em discurso realizado nesta quarta-feira (3), ele negou qualquer irregularidade e ainda mandou um recado para quem estiver de olho na sua cadeira: só sai de lá quando tiver 75 anos.
Sérgio Ricardo é investigado por suspeita de ter comprado sua cadeira no Tribunal de Contas, pelo valor de R$ 12 milhões. O processo tramita na Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, que o afastou do cargo em janeiro de 2017.
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“Cheguei aqui por quem sempre fui. Fui trazido para essa cadeira. Essa cadeira é minha, é conquistada. Único capital que usei para estar aqui foi o político e de credibilidade que tinha dentro da Assembleia. Vim para cá por unanimidade dentro da Assembleia Legislativa. Vim por vontade dos deputados. Se existe legitimidade, ela esteve justamente na forma com que fui conduzido para cá”, afirmou.
Em seu discurso, o conselheiro citou várias passagens bíblicas que falam sobre dificuldades a serem enfrentadas antes de conquistar as bênçãos divinas. Ele disse que não vê o tempo de afastamento como uma perda, mas sim como um livramento, “para aprender mais e hoje estar aqui”. Também se colocou como vítima de injustiças.
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“Sou muito fã de alguns personagens bíblicos e eles me dizem muito. Me dizem que ninguém pode chegar na terra prometida sem passar pelo deserto. Cada um de nós temos nossos desertos a passar e, em alguns casos, cheio de injustiça, como o meu e de outros colegas. Mas, passou”, disse.
Por fim, Sérgio Ricardo mandou um recado para outros políticos interessados em entrar no Tribunal de Contas em seu lugar. “Só sairei dessa cadeira aos 75 anos e vai demorar um pouco para chegar”, disse o conselheiro, que tem 62 anos.
Uma articulação para indicar um novo nome ao Tribunal de Contas teve início há cerca de dois anos, pouco após Guilherme Maluf assumir sua cadeira. Na época, cinco conselheiros estavam afastados por força da Operação Malebolge, a 12ª fase da Operação Ararath.
