A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá se reunirá na próxima semana para analisar os apontamentos da Polícia Civil no inquérito sobre a morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, morto com três tiros pelas costas, disparados pelo vereador Tenente-Coronel Paccola (Republicanos). A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 22 de julho, pelo presidente da Comissão de Ética, Lilo Pinheiro (PDT).
Em conversa com jornalistas, Lilo explicou que está aguardando apenas a remessa de uma cópia do inquérito para a Câmara. O inquérito foi finalizado no começo da semana e apontou que não houve legítima defesa, como sustentava Paccola. Conforme os delegados responsáveis pelo caso, Alexandre não esboçou qualquer reação e sua namorada, Janaína de Sá, não pediu socorro. (Clique aqui para ler a matéria mais sobre o assunto)
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A expectativa é que os documentos cheguem à Câmara na próxima segunda-feira, 25. Só então a Comissão será convocada para debater os apontamentos da investigação. Lilo garantiu que será tomada uma decisão técnica, com base no inquérito policial, deixando o julgamento político para o plenário da Câmara.
“Todo momento a gente teve a precaução de falar que iríamos agir de forma técnica nesse caso. Pelo que consta, pelo que eu acompanhei na imprensa, o que veio é um resultado que não era esperado pelo vereador Paccola. Então agora, de posse dos documentos de forma oficial, será convocada essa reunião da Comissão de Ética para que a gente possa se posicionar de forma oficial”, afirmou.
Lilo também respondeu às cobranças do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por uma solução rápida para o caso, que já se arrasta no Legislativo há três semanas. Atualmente, há dois requerimentos contra Paccola, um pedindo seu afastamento imediato e outro pedindo sua cassação por quebra de decoro.
O presidente da Comissão de Ética foi enfático em dizer que levará todo o tempo necessário para chegar a uma decisão técnica, sem se deixar levar por qualquer tipo de pressão.
“Tanto é que a gente vai se posicionar de forma oficial após a chegada do inquérito na Câmara. A gente não vai agir por impulso ou por algo do tipo. Muito pelo contrário”, concluiu.
A Câmara de Cuiabá se encontra em recesso até o começo de agosto. A princípio, a previsão é que os requerimentos contra Paccola sejam votados em plenário apenas após o retorno dos trabalhos no Legislativo.
O CASO
Paccola é investigado pela morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos, durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas no Centro de Cuiabá, na noite do dia 1º de julho. O vereador alega que agiu em legítima defesa, mas sua versão é contestada pelo Ministério Público, que pediu a prisão preventiva do parlamentar. O pedido foi negado pela Justiça.