Os deputados estaduais de Mato Grosso voltam do recesso parlamentar na próxima semana já com pautas polêmicas a serem destrinchadas. Um dos principais assuntos à mesa é a representação contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) por quebra de decoro parlamentar, devido às falas em que comparou mulheres e vacas.
O corregedor da Comissão de Ética, deputado Max Russi (PSB), disse que o grupo irá se reunir após as “férias” para definir os nomes e datas das oitivas do processo. A intenção é acelerar o julgamento para apresentar um relatório para votação no plenário.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“Agora, voltando, a gente volta a fazer as oitivas, agora que a deputada Janaína [Riva, presidente da Comissão] também retorna. Então, a gente consegue dar seguimento a esse processo. [A intenção] é dar agilidade, fazer as oitivas e dar uma resposta definitiva a isso. Voltando agora, a gente deve se reunir na terça-feira [1° de agosto] e aí fazer o encaminhamento”, disse Max, em entrevista à imprensa nesta sexta-feira, 28 de julho.
Na avaliação do corregedor, a cassação do mandato é uma medida muito “extraordinária” e não deve ser adotada. No entanto, ele comentou que um “castigo pedagógico” deve ser proposto pela Comissão de Ética.
“Não tem força para cassar o mandato de alguém que teve mais de 43 mil votos. Precisa de elementos muito robustos, coisas muito mais fortes do que isso. Eu acho que cabe alguma punição. Eu acho que a Comissão de Ética vai fazer isso. Eu acho que... eu não sou dono da Comissão de Ética, são cinco parlamentares. Isso vai à discussão, à votação e depois das oitivas feitas”, explicou.
REPRESENTAÇÃO
A Comissão de Ética foi formada após o protocolo de uma representação contra o deputado Gilberto Cattani, acusado de falas misóginas ao comparar mulheres com vacas.
A representação foi protocolada pela presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, e pela defensora pública-geral, Maria Luziane, pedindo a abertura de um procedimento ético contra Cattani por quebra de decoro parlamentar. Elas pedem que seja investigada possível prática de discriminação contra mulheres e/ou desobediência aos deveres previstos na Constituição do Estado.
Cattani disse que sua fala feita durante uma reunião da Frente Parlamentar de Defesa da Vida e Contra o Aborto foi retirada do contexto. Ele garante que em nenhum momento comparou as mulheres com as vacas, como vem sendo noticiado.
