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Política Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 18:45 - A | A

Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 18h:45 - A | A

QUEBRA DE DECORO

Câmara cassa vereador por debochar de colegas nas redes sociais

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

A Câmara Municipal de Primavera do Leste cassou o mandato do vereador Adriano Carvalho (Podemos), conhecido como Inspetor Adriano, por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi tomada durante a sessão extraordinária desta quarta-feira, 30 de agosto.

O parlamentar era alvo de uma denúncia que reclamava de seus posicionamentos nas redes sociais contra seus colegas de parlamento e agentes da prefeitura.

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No documento protocolado em maio, o denunciante apontou sete fatos em que o vereador teria faltado com o decoro. O primeiro ponto destaca que Adriano atribui apelido pejorativo ao seu colega, vereador Temazim Pedreiro (União), como “mandizinho do Kuluene”. Outro ponto destacado é que em uma publicação no Instagram chamou os vereadores de “pares de casa com a alcunha de satânicos, pessoas diabólicas, componentes do grupo das trevas”.

A denúncia ainda questionava a posição do vereador ao ter atacado a honra do ex-servidor da Câmara, advogado Luiz Carlos Rezende, e por ter chamado de melancia o prefeito da cidade, Leonardo Bortolin (MDB), e ter apelidado o vice-prefeito, Ademir Góes (União), de poste.

Além disso, foi abordado o registro de boletim de ocorrência contra o parlamentar por ameaça, pelas falas consideradas machistas durante a sessão e por ataques às instituições.

Ao se defender das acusações, o vereador alegou ilegitimidade do denunciante e nulidade no sorteio da comissão processante.

“Alega quanto a impessoalidade que ao sortear a Vereadora Wanessa Mello (MDB) o presidente da casa determinou que fosse o nome dela desconsiderado e sorteado um "novo nome”, pois já havia outro integrante do partido na Comissão Processante, no caso o Vereador Elton Baraldi também do MDB”, diz trecho do relatório final.

O pedido não foi aceito pela Comissão Processante que destacou que dos setes pontos das denúncias, quatro julgaram como procedentes por ter debochado da dicção do vereador Temazin, por ter ofendido o ex-servidor da Câmara e por agido de forma “truculenta” e “agressiva” contra um morador.

Um dia antes da votação, o vereador Inspetor Adriano publicou nas redes sociais que “não tem cabimento cassar um mandato legítimo do único opositor da cidade”. Ele ainda destacou que foi chamado pelos seus colegas de "vagabundo, malandro, pilantra" e outros adjetivos.

Com a cassação, a comissão recomendou que a decisão seja encaminhada à Justiça Eleitoral e declare a inelegibilidade de Adriano por oito anos e que dê diplomação ao seu suplente, Gilberto Telles (Podemos). 

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