Desconfortável com sua posição dentro do União Brasil, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, cobrou que o governador Mauro Mendes, presidente do diretório estadual do partido, tome uma definição ou assine logo sua carta de liberação. Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 8 de janeiro, Botelho voltou a reclamar da "sem graceira" da situação que tem vivido.
“Já está, como eu costumo falar, uma verdadeira sem graceira, né?! Tem que acabar com isso! Ter uma posição e pronto, cada um segue sua vida e a amizade é a mesma”, desabafou.
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O deputado lembrou que existe um compromisso, firmado já há alguns meses, para que o partido libere sua saída caso ele não seja escolhido como o candidato a prefeito de Cuiabá. Botelho disputa internamente contra o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, com quem o governador já firmou compromisso de apoio.
Sem espaço para sua candidatura, Botelho já articula a mudança para outro partido, mas precisa da carta de liberação para não incorrer em infidelidade partidária, o que poderia lhe custar o cargo de deputado estadual. Segundo o deputado, uma definição deve ser tomada nos próximos dias.
“Eu acho que o governador tem que tomar uma posição, porque ele tem que me liberar. Eu dependo da liberação do partido e não tem essa janela partidária. Tem um combinado. Então, o que nós estamos cobrando dele é apenas que faça essa discussão, que o partido reúna e delibere. Nós tivemos lá, junto com ele, com alguns deputados e ele garantiu que ele voltando agora dessa viagem que ele estava com a família, que já estava programado, uma das primeiras discussões vai ser essa, de resolver o partido”, explicou.
O destino mais provável de Botelho, caso deixe o partido, é filiar-se ao PSD. O partido do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já ofereceu todas as condições para que Botelho trabalhe sua candidatura a prefeito.
Porém, Botelho não espera que a ida para o PSD resulte em uma eventual aliança com os partidos de esquerda, como ocorreu em 2022. O deputado lembrou que o PT, que encabeça a federação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB), já trabalha uma candidatura própria em Cuiabá e dificilmente deixaria a pretensão de lado para ser coadjuvante.
“Nunca teve essa conversa, mesmo porque o PT tem pré-candidatos e a gente tem respeitado isso. Eu não estou tendo essas conversas, mesmo porque eu não tenho interesse em tirar a candidatura nenhuma. Quem está candidato, que fique candidato e quem vai decidir é Deus e a população”, concluiu.
