O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta terça-feira (17) que a construção de ferrovias em Mato Grosso não é uma das prioridades do governo federal. Segundo ele, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, está focado na ampliação da ferrovia Norte-Sul, considerada a espinha dorsal do sistema ferroviário nacional.
Com pouco mais de 4 mil quilômetros de extensão, o traçado da Ferrovia Norte-Sul passa pelo Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conectando os extremos do país.
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Para se ligar ao sistema ferroviário nacional, Mato Grosso terá que construir ferrovias próprias, que o presidente tratou como ‘costelas’. São projetos como a Ferrogrão e a Ferronorte, cujos traçados estão incluídos na Ferrovia Norte-Sul e, por isso, deverão ser bancados por investidores privados.
“O governo federal não tem dinheiro para investir nisso, mas estamos estimulando e facilitando as empresas que estão fazendo essas ferrovias no Brasil. No modal rodoviário, grande parte da exportação de vocês [Mato Grosso] vai para o Norte pela BR-163, que ainda faltava 50 km de asfaltamento e o Tarcísio providenciou recursos para asfaltar isso aí e foi um grande sucesso, que trouxe alívio e facilidade para que o Centro-Oeste pudesse exportar para o Norte”, explicou, em entrevista à Rádio Capital FM (101.9).
O setor produtivo do Nortão de Mato Grosso nutre esperanças de que o governo federal ajude a destravar a construção da Ferrogrão , que se encontra no centro de uma disputa política. Se concluída, ela facilitaria o escoamento da produção mato-grossense pelos portos do Arco Norte, seguindo o mesmo trajeto da BR-163 citado por Bolsonaro, mas com o frete até 30% mais barato.
Com cerca de mil quilômetros de extensão, a Ferrogrão tem um investimento estimado em cerca de R$ 21 bilhões e é considerada a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para a logística brasileira. O planejamento prevê que a ferrovia entre em operação até 2030.
Divulgação/Governo Federal
Arte do governo federal mostra o traçado projetado para a Ferrovia Norte-Sul
OUTRAS MUDANÇAS
Apesar de ter negado investimentos federais na construção de ferrovias em Mato Grosso, Bolsonaro afirmou que seu governo é “o que mais investe no agronegócio”. Além do esforço na melhoria da logística, ele citou outras mudanças que, em sua avaliação, ajudaram a dar tranquilidade e segurança jurídica aos produtores rurais.
Um dos pontos comentados pelo presidente é o fato de que proibiu a demarcação de novas terras indígenas e de comunidades quilombolas. Segundo Bolsonaro, isso ajudou a reduzir as tensões no campo. O presidente citou ainda o porte de armas para fazendeiros.
“O homem do campo também passou a ficar mais tranquilo, quando conseguimos a posse de arma estendida para ele. Hoje o fazendeiro pode pegar o seu cavalo ou carro e andar armado em toda a sua fazenda. Outra questão do homem do campo foi a questão das multas, onde antigamente o Ibama chegava e fazia um festival de multas. Agora racionamos isso, sendo a última instância”, pontuou.
