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Política Terça-feira, 23 de Junho de 2020, 08:17 - A | A

Terça-feira, 23 de Junho de 2020, 08h:17 - A | A

EM ENTREVISTA

Bolsonaro adota tom ameno com Congresso, mas volta a criticar a OMS

Luiz Calcagno
Correio Braziliense

O presidente da República, Jair Bolsonaro, deu uma entrevista exclusiva ao canal televisivo AgroMais após a solenidade de inauguração da rede. Bolsonaro falou sobre o potencial do agronegócio brasileiro, sobre a implementação da Ferrovia Norte-Sul, e adotou um tom moderado e amigável ao falar sobre o Congresso. Ainda assim, voltou a pedir a governadores e prefeitos que reabram seus comércios, e afirmou que a Organização Mundial da Saúde se equivocou em relação ao isolamento social, sem apresentar a base de seu raciocínio. O Brasil tem 50.617 pessoas mortas por conta da pandemia de coronavírus, que ainda está em franca ascensão em muitas regiões.

Questionado sobre as pautas mais importantes para o Brasil em ano de coronavírus e eleições municipais, o presidente destacou o novo marco legal para o saneamento básico. “Fui parlamentar por 28 anos, e sei que anos eleitorais, pelo menos metade do ano, tem complicação. Mas dá pra andar as pautas mais importantes, pois a economia atinge a todos. Se não for bem, todo mundo sofre. Não só os mais humildes ou no campo. A questão do saneamento, é o mais importante. temos quase 100 milhões de pessoas sem água encanada e esgoto. Não vai ser de uma hora para outra, mas já começamos a diminuir essa necessidade. E você, ao melhorar essas coisas, têm um alívio no tocante da saúde, muitas pessoas se acometem de doenças por causa disso e pressionam o sistema de saúde”, afirmou.

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Ainda sobre o Congresso, Bolsonaro disse saber que as coisas caminham devagar e que todos querem mais agilidade, mas que também sabe dos percalços. “Muita coisa pode acontecer, caminha devagar, sabemos disso, queremos mais agilidade, mas sabemos das dificuldades. Nos acertamos com o parlamento nos últimos dois meses, e passamos a conversar com todos os partidos. E  há conscientização que há uma questão da pandemia. O campo não parou, mas as cidades, em muitos estados, pararam, e não vai ser fácil fazer pegar no tranco novamente”, disse.

“Por isso, a gente apela a governadores e prefeitos que, obviamente com responsabilidade, comecem a abrir o comércio. Novas informações vêm do mundo todo, da OMS, através de seus equívocos, e talvez, tenha havido um pouco de exagero no trato dessa questão. Lá atrás sempre falei, vida e emprego, uma coisa está atrelado a outra. Não podemos, em alguns locais isolados, fazer com que o efeito colateral do tratamento da pandemia seja mais danoso que a própria pandemia. Volta no meu entender, aos poucos, por mim teria mais agilidade no comércio”, sugeriu.

Bolsonaro também destacou que pretende reajustar o valor do pagamento do auxílio emergencial, mas ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado. “Tivemos um plano ousado, um auxílio emergencial de R$ 600 para mais de 50 milhões de pessoas. Estamos pagando a terceira parcela. O (ministro da Economia) Paulo Guedes decidiu pagar a quarta e a quinta parcela e falta acertar o valor. A União não aguenta outra do mesmo montante. Por mês, nos custa R$ 50 bilhões. Se o país se endividar demais, juros a longo prazo, a selic tem um recorde negativo nunca visto. Devemos economizar com essas medidas em torno de R$ 150 bi que não vamos pagar em juros, queremos atender o povo com muita responsabilidade. O comércio voltando a abrir, esse valor emergencial que vai ser negociado com o presidente da Câmara e Senado, podemos ter um valor um pouco mais baixo, mas não o valor cheio”, supôs. 

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