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Política Segunda-feira, 19 de Julho de 2021, 12:29 - A | A

Segunda-feira, 19 de Julho de 2021, 12h:29 - A | A

MOVIMENTO ANTI-FERROGRÃO

"Ativistas deviam cuidar do país deles; aqui a gente cuida", rebate Mauro

Grupo de políticos de esquerda virá ao Brasil para fazer pressão contra a construção da ferrovia

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Jefferson Oliveira

Repórter | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (DEM) criticou a mobilização feita por ativistas internacionais contra a construção da Ferrogrão, que ligará Sinop aos portos de Miritituba, no Pará. Em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira (19), Mauro afirmou que eles deveriam se preocupar com os problemas ambientais de seus próprios países antes de querer intervir no desenvolvimento econômico do Brasil.

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A comitiva internacional é ligada à Internacional Progressista, entidade criada no ano passado pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis. O grupo reúne políticos, ativistas e celebridades de diversos países em torno de pautas ambientais e progressistas. Eles foram convidados para vir ao Brasil tratar da Ferrogrão pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), ONG que é contrária à ferrovia.

“Esses ativistas internacionais deveriam cuidar dos países deles lá. Deixa aqui que nós cuidamos bem. O dia em que eles estiverem nos países deles o ativo ambiental que nós temos no Brasil, eles venham para cá dar palpite. Por enquanto, eles deviam cuidar para ter 80% de floresta lá no país deles. Quando eles conseguirem isso, aí eles vêm para cá dar palpite”, disse Mauro.

A Ferrogrão é um sonho antigo dos produtores da região Norte de Mato Grosso, pois sua construção pode derrubar o preço do frete em até 30%, aumentando a competitividade do agronegócio mato-grossense no mercado mundial. No entanto, o projeto é marcado por entraves ambientais, pois o traçado da ferrovia corta terras indígenas e áreas de proteção ambiental da Amazônia.

Os processos de construção da ferrovia encontram-se paralisados desde março deste ano, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a eficácia de uma lei que reduziu o tamanho do Parque Nacional do Jamanxin para permitir a construção da Ferrogrão. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes apontou vício na forma como a alteração ocorreu, por meio de medida provisória, sem a realização de audiências públicas.

Com cerca de mil quilômetros de extensão, a Ferrogrão tem um investimento estimado em cerca de R$ 21 bilhões e é considerada a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para a logística brasileira. O planejamento prevê que a ferrovia entre em operação até 2030.

 

 

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