Após a deflagração da operação Gota D’Água, para desarticular uma organização criminosa instalada na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto do município de Várzea Grande (DAE-VG), o prefeito Kalil Baracat (MDB) determinou intervenção no setor e nomeou para o cargo o auditor municipal de controle interno, Juliano Marçal Rosa Jr, servidor de carreira desde 2012. O emedebista atendeu a uma determinação do Poder Judiciário de Mato Grosso.
O esquema cobrava propina para execução de serviços públicos, que gerou prejuízo de R$ 11,3 milhões aos cofres públicos somente em 2019. No total foram, foram cumpridos 123 mandados e 11 alvos de prisão.
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No decorrer das investigações, foram apontadas diversas espécies de fraudes e uma ação corrupta na Diretoria Comercial do DAE, praticadas pela organização criminosa, pelo menos desde 2019. O bando obtinha valores indevidos em razão da prestação do serviço público de saneamento básico e, segundo as investigações, uma parte significativa dos servidores do setor investigado não hesitava em receber os valores ilegais.
Foram identificadas diversas situações em que foi dificultado o acesso da população várzea-grandense à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além de diversas situações de cobrança de propina. Segundo elementos probatórios coletados, alguns servidores realizavam o trabalho rotineiro apenas mediante pagamento de propina. E a situação era de conhecimento do chefe do setor, que é apontado como um dos líderes da organização criminosa.
O outro líder indicado é o vereador Pablo Pereira (União Brasil), que teria como principal função exercer pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo criminoso. Ele chegou a ser preso na última sexta-feira (20), mas foi solto nesta segunda (23) por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Diligências revelaram o aparelhamento da Diretoria Comercial do DAE para exploração política pelo vereador, demonstrando a atuação ordenada de diversos servidores em favor da campanha à reeleição, com uso da estrutura pública da autarquia municipal. Em razão disso, foi determinada a remessa de cópia da investigação para o Ministério Público Eleitoral, para adoção das providências pertinentes.