Alvo da Operação Escariotes, um policial penal de Várzea Grande foi preso na manhã desta quinta-feira (12) por estar envolvido com membros de uma facção criminosa, trabalhando com tráfico de drogas e levando telefones para dentro da penitenciária Ahmenon Lemos Dantas. Os telefones eram usados por lideranças da organização criminosa para determinar execuções em Sorriso (393 km de Cuiabá), onde ocorre uma guerra entre o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo domínio do submundo do crime na cidade.
Um vídeo, obtido com exclusividade pela reportagem do Estadão Mato Grosso, mostra um pouco das conversas entre o policial penal, conhecido pelo apelido de “Bota”, e faccionados. Nas conversas, contidas em um aparelho apreendido na cela de um dos detentos, o faccionado entra em contato com o policial penal e ele, inicialmente, aparenta não saber com quem está falando, perguntando até se era algum policial.
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Somente após o faccionado dizer “é perfil de trampo, nego” que o penal relaxa e ainda diz “quer me matar do coração disgrama, já pensei que era da inteligência”, disse o policial.
Nas mensagens seguintes, penal e faccionado negociam a entrada celulares para as celas. Um pagamento de R$ 2 mil é imposto pelo penal após duas mensagens de visualização única ser aberta, o conteúdo da mensagem não foi revelado.
O policial ainda diz que está difícil passar pela segurança do presídio e que até os policiais penais estão sendo revistados. Em uma das negociações, o penal diz que precisa passar o "choro do scanner", revelando que o esquema pode estar envolvendo outros policiais penais na penitenciária.
O policial penal foi preso em flagrante nesta quinta-feira. Durante a prisão nesta manhã, antes de entrar na penitenciária onde trabalha em Várzea Grande, o servidor foi flagrado com diversos celulares camuflados dentro de uma caixa de bombons.
VEJA VÍDEO ABAIXO:
Leia mais sobre a operação aqui: Policial entregou celulares para faccionados que determinaram execução em MT