Conversas interceptadas pela Polícia Civil mostram que os servidores do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG) dificultavam o acesso à água em Várzea Grande e admitiam lucrar com a falta d'água. "A gente é uma quadrilha, a gente atrasa a ligação, vende a dificuldade, aliás apresenta dificuldade para vender a facilidade", diz um servidor identificado por Mário Sales.
O servidor Agnaldo responde: "Mas a gente pode fazer com que ocorra antes, 3 dias, 2 dias, a gente faz a ligação!".
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Um outro servidor identidicado por Anderson continua: "Mediante o que? Mediante proprina. (risos de todos).
As conversas foram interceptadas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) logo após os depoimentos dos investigados à polícia, nos quais se surpreenderam com uma série de questionamentos feitos pelos policiais da Deccor. Em um dos trechos do diálogo, o servidor Aguinaldo relata ter sido questionado pela polícia se o DAE demorava 70 dias para realizar uma ligação de água.
Eles foram identificados como Aguinaldo Lourenço da Costa Silva, Anderson Kleiton Corrêa Botelho e Mário Sales Rodrigues Júnior, e admitiram que o prazo de dois a três dias para uma nova ligação de água só poderia ser cumprido mediante o pagamento de propina.
INVESTIGAÇÕES
O esquema de corrupção no DAE, conforme a Deccor, cobrava propina para execução de serviços públicos, que gerou prejuízo de R$ 11,3 milhões aos cofres públicos somente em 2019. Na última sexta-feira (20), foram cumpridos 123 mandados e 11 alvos de prisão, entre eles, do vereador Pablo Pereira (União), que já foi solto após conseguir um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
A investigação aponta ainda que funcionários da Diretoria Comercial do DAEVG se aproveitavam da precariedade dos serviços prestados para extorquir consumidores, oferecendo favores ou cometendo omissões em troca de vantagens indevidas.
Com informações do VGNotícias
