O ano de 2024 foi marcado por um dos casos policiais mais brutais da história recente de Cuiabá e Várzea Grande. O desaparecimento de três motoristas de aplicativo, entre os dias 11 e 14 de abril, revelou uma série de homicídios cometidos por um grupo criminoso que aterrorizou os profissionais do setor.
As investigações da Polícia Civil apontaram que Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos, Nilson Nogueira, de 42, e Márcio Rogério Carneiro, de 34, foram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte). Os três foram executados de forma cruel, após serem atraídos por corridas de aplicativo solicitadas pelo grupo criminoso.
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Os assassinados foram cometidos por Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos, e dois adolescentes, de 17 e 15 anos. Além deles, Keise Melissa Rodrigues Matos, de 25 anos, atuava como intermediadora na venda dos carros roubados.
As vítimas eram escolhidas aleatoriamente, mas o grupo seguia um padrão de abordagem: os motoristas eram atraídos para corridas de aplicativo, rendidos e levados para locais isolados, sob a promessa de que seriam liberados, mas eram executados brutalmente. Enquanto Elizeu e Nilson foram mortos a facadas, Márcio foi espancado com pauladas.
“O plano era matar um motorista por dia. Eles passaram a sentir prazer em tirar vidas. Se não fossem detidos, continuariam matando”, declarou o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante coletiva de imprensa à época.
As investigações apontaram que, inicialmente, o objetivo do grupo era apenas roubar os veículos. No entanto, o adolescente de 17 anos desenvolveu um desejo de vingança pela morte de seu irmão, que foi morto ao tentar cometer um assalto contra um motorista de aplicativo anos antes.
“Ele queria criar um cenário em que os bandidos ganhassem, onde a vítima morresse e o criminoso saísse vitorioso. Isso alimentou sua compulsão por matar”, explicou o delegado.
CONDENAÇÃO
Em julho, Lucas Ferreira da Silva foi condenado a 73 anos de prisão pelos três latrocínios e outros crimes relacionados, como ocultação de cadáver e corrupção de menores. Keise Melissa Rodrigues foi sentenciada a 10 anos de prisão por roubos majorados e associação criminosa.
Já os dois adolescentes envolvidos foram internados no Centro Socioeducativo de Cuiabá, em processos que seguem sob sigilo devido ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Um quinto integrante do grupo, Akcel Lopes Campos, de 20 anos, foi indiciado, mas permanece foragido. Ele é acusado de filmar um dos homicídios e de participar da ameaça às vítimas.