O esquema de corrupção que foi revelado durante a Operação Overpay jogou luz a um 'ralo' de dinheiro que partia da Saúde de Cuiabá. A investigação apontou que a Prefeitura teria pago mais de R$ 200 mil à empresa LG Med Serviços e Diagnósticos, por mais de 100 plantões não comprovados.
A informação consta da decisão do juiz João Bosco, à qual o Estadão Mato Grosso teve acesso, que detalhou o esquema milionário descoberto pela Polícia Civil. A LG Med pertence ao médico Luiz Gustavo Raboni Palma, ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, e teria firmado um contrato de R$ 25,9 milhões, com vigência de 12 meses.
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Durante esse tempo, a empresa deveria fornecer médicos plantonistas às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Morada do Ouro (Norte), Pascoal Ramos (Sul), Leste e Oeste.
“De todo o período auditado, foram realizados pagamentos sem a devida comprovação, de 144 plantões, que totalizaram o valor de R$ 207.388,80”, diz trecho do documento.
Além disso, a investigação constatou que os médicos plantonistas da empresa estavam cumprindo carga horária inferior à que havia sido estabelecida no contrato. Segundo o documento, a duração média dos plantões foi inferior a 10h30, com uma média de 20,31 atendimentos por plantão.
"A empresa contratada reiteradamente apresentou planilhas com informações falsas com o objetivo precípuo de desviar recursos públicos indevidos em proveito próprio e/ou de terceiros, vez que os serviços não foram prestados em sua totalidade, há fortes indícios de que, se mantido o contrato e se os agentes envolvidos permanecerem nos cargos ocupados, a prática delituosa se perpetuará causando maiores prejuízos ao erário", diz trecho do documento.
A OPERAÇÃO
Dezenove mandados judiciais foram cumpridos na Operação "Overpay", deflagrada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (17), por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), para apurar o pagamento indevido realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, com a conivência de agentes públicos.
As investigações e auditoria da Controladoria-Geral do Estado (CGE) apontaram indícios de que a empresa contratada apresentou planilhas à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá com relatório de atendimentos de pacientes e ausência de informações em quantidade além do que foi efetivamente realizado.