O prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), afirmou ser o autor da denúncia que revelou o esquema criminoso instaurado no Departamento de Água e Esgoto da cidade (DAE-VG). Ele teria determinado ao presidente da unidade, Carlos Alberto Simões de Arruda, denunciasse o caso à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) após tomar conhecimento das ilegalidades, ainda no ano passado. A instituição foi alvo da Operação Gota D'Água na manhã desta sexta-feira, 20 de setembro.
"A denúncia que originou a Operação foi encaminhada à DECCOR pelo Presidente do DAE (Departamento de Água e Esgoto), por determinação do prefeito, no dia 22 de fevereiro passado, tão logo ele tomou conhecimento das supostas irregularidades", diz trecho da nota encaminhada à imprensa.
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O documento menciona que a instituição está prestando todas as informações necessárias à investigação.
Além disso, Kalil também divulgou uma série de medidas adotadas em relação ao caso. A primeira delas diz respeito à demissão do diretor comercial da unidade, Alessandro Macaúbas Leite de Campos, preso na operação e apontado como um dos líderes do esquema. A demissão, porém, é válida apenas ao cargo exercido atualmente, pois Alessandro é servidor de carreira. Portanto, precisa passar por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para ser penalizado pelo Município, como a perda do cargo público. O prefeito determinou a instauração desse PAD.
O emedebista também determinou a demissão de todos os servidores comissionados, contratados ou estagiários envolvidos no esquema criminoso e a instauração de PADs contra todos os envolvidos.
Outra medida adotada pelo gestor diz respeito à realização de uma auditoria externa independente no contrato da empresa responsável pelo gerenciamento operacional do sistema de gestão dos serviços de saneamento. O objetivo é identificar os danos causados pelo grupo criminoso e exigir ressarcimento.
A OPERAÇÃO
A Operação Gota D'Água foi deflagrada pela Deccor da Polícia Civil nesta manhã de sexta-feira e resultou na prisão do diretor comercial do DAE e do vereador Pablo Pereira (União Brasil). Ambos foram apontados como supostos líderes da prática criminosa.
O esquema consistia no desvio de recursos públicos do DAE por meio de duas práticas. Em uma delas, o grupo recebia propina para excluir ou reduzir débitos de consumidores em dívida com o departamento.
Já a segunda se tratava de se recusar a prestar serviços básicos de saneamento previstos em contrato à população. Assim, deixando os moradores sem acesso à água para forçá-los a pagar propina para conseguir ter água na torneira.
As investigações apontam que somente no ano de 2019, o grupo desviou R$ 11,3 milhões.