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Polícia Quinta-feira, 30 de Julho de 2020, 08:20 - A | A

Quinta-feira, 30 de Julho de 2020, 08h:20 - A | A

BANDIDO DE FARDA

Policial morto em confronto com o Bope pretendia praticar mega roubo em Cuiabá

Em um áudio um sargento que teve o filho morto na ação coloca em dúvida se realmente houve a troca de tiros ou apenas execuções do Bope

Jefferson Oliveira
Cuiabá

 

Um áudio atribuído ao soldado Oacy da Silva Taques Neto, 31, lotado no 3º Batalhão, morto durante confronto com policiais do Bope, na quarta-feira (29) em Cuiabá, revela que o militar juntamente com os seus comparsas, pretendia praticar um grande assalto na capital.

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De acordo com áudio enviado a uma pessoa de confiança sua, ele explica que se envolveu em uma situação e que não poderia mais voltar atrás da decisão. O militar diz ainda que ama muito o filho e pede perdão para a mãe do filho do casal.

“Eu quero que você fala pra (mãe do filho) que eu amo muito ela. Amo muito o meu filho, do fundo do meu coração, fala pra ela me perdoar se eu magoei ela com alguma coisa. É óbvio que eu magoei, porque as mágoas que eu tinha dela já passaram já”, afirma o policial em áudio.

Ainda na mensagem enviada, o militar que estava de folga no dia da troca de tiros, falou que o roubo que ele iria praticar mudaria a sua vida e que o mesmo não precisaria fazer mais nada de errado no futuro.

“Vou ter que ir, vou ter que ir. Mas, se der certo vai ser bom que nunca mais eu vou precisar fazer nada errado na minha vida, só isso, tá bom?! Tamo junto! Sei que você não gosta e não apoia coisa errada, mas fazer o quê?”, completa o soldado.

Conforme levantado pela nossa reportagem, Oacy não gozava de prestígios dentro da Instituição e foi julgado pelo artigo 195 do código penal militar (delito de abandono de posto), onde em sua condenação, ordenou que o mesmo prestasse serviços à comunidade ou a entidade pública pelo período de trinta dias durante seis meses.

Policial questiona ação do Bope 

Em outro áudio, o sargento da PM e pai do jovem Leonardo Vinícius de Moraes Alves, de 24 anos, também morto em confronto com o Bope, coloca em dúvida se realmente houve troca de tiros ou apenas uma execução por parte dos agentes de segurança.

Em resposta ao sargento, um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) repreende o sargento por duvidar da ação policial.

“Ei (sargento), eu sei que morreu teu filho mano, não estou querendo que você fique feliz não, mas não vem com essa parada de supostamente não. Não coloca o Bope em cheque não beleza? Valeu”, responde o policial da tropa de elite da Polícia Militar no estado.

Já no final da tarde de quarta-feira (29), a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) identificou além de Oacy e Leonardo, os demais envolvidos mortos na troca de tiros. Foram identificados André Felipe de Oliveira Silva, Gabriel de Paula Bueno, Jhon Dewyd Bonifácio de Lima e William Diego Ribeiro Morais.

O confronto:

De acordo com capitão Layon Lomanto de Queiroz do Bope, a participação da população por meio do disque-denúncia foi fundamental para que os policiais chegassem aos criminosos.

A partir desta denúncia, os policiais conseguiram chegar aos criminosos que estavam em dois veículos, em uma estrada vicinal no bairro Itamaraty, na capital, nos fundos do condomínio Belvedere II. Um dos carros utilizados pela quadrilha seria um Toyota Corolla blindado e outro Fiat Uno que foi alugado para cometer os crimes.

“Com base nessa informação prévia que obtivemos viemos para o local e fizemos as diligências e encontramos estes veículos. Ao descermos da viatura para abordá-los fomos recebidos a tiros e revidamos a injusta agressão. Todos os criminosos foram baleados e mortos e nenhum policial ficou ferido”, detalhou o capitão.

O delegado Caio também frisou que as investigações irão apontar se o grupo pertencia a alguma associação criminosa e se for identificada, as informações serão repassadas as unidades competentes para que se busque mais envolvidos com o bando que foi morto.

Após cinco horas de trabalhos periciais os corpos dos criminosos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) para serem tomadas as medidas cabíveis.

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