Uma mulher procurou a Delegacia para denunciar policiais militares por suposto abuso de autoridade. A mulher acusa os agentes de agredirem ela e seus dois filhos, de 16 e 19 anos, durante uma abordagem na noite de 5 de julho, no bairro Bela Vista, em Cuiabá. Na ocasião, os militares estariam buscando drogas e agredido o rapaz mais velho. O caso foi entregue à Corregedoria da Polícia Militar.
Ao jornal Estadão Mato Grosso, a mulher contou que seus filhos estavam em frente de casa com mais dois amigos quando os policiais chegaram, perguntando quem estava com a droga. Um dos amigos dos rapazes estava com entorpecentes porque era usuário.
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Segundo a mãe, as agressões começaram aí. A mulher também relata que tentou interferir, mas os militares a empurraram.
“Porque eu disse para ele não bater no meu filho. Ele (o policial) ficou xingando os vizinhos que estavam olhando e deu quatro tapas na cara do meu filho de 16 anos. (O policial) saiu me xingando de vagabunda, falando que meus filhos vão ser tudo bandido, bateram muito no meu filho, tentaram até quebrar o braço dele”, contou.
Conforme o boletim de ocorrência registrado na época, os militares seriam policiais do R.A.I.O e chegaram na casa procurando drogas. Durante a busca, os policiais, além de terem agredido os jovens, também quebraram os celulares da mulher e de um dos seus filhos.
Antes de irem embora, os policiais teriam dito que entraram e entrariam quantas vezes eles quisessem na casa das vítimas.
À reportagem, a mãe relatou que o sentimento instaurado na família é o de medo.
“O meu filho mais velho nem fica mais aqui em casa… com medo deles aparecerem por aqui e o meu filho mais novo não quer também sair de casa, não quer nem ir pra escola porque o policial disse que se encontrar ele na rua, vai pegar ele”, contou a mulher.
Segundo relatado pela mulher, o filho mais velho tem passagem, mas de quando era adolescente. Porém, isso não teria sido questionado pelos policiais.
“A passagem que ele tem de menor é porque ele estava onde não deveria estar e com quem não deveriam andar. Mas isso não justifica o que eles fizeram aqui. Isso é uma coisa que está mexendo muito comigo. Não estou conseguindo nem dormir, estou tendo que tomar remédio. Ele queria matar meu filho... ele nem sabia que meu filho tinha passagem. Isso é humilhação demais. O que eu estou passando, só Deus sabe”, completou a mãe.
O Estadão Mato Grosso entrou em contato com a Polícia Militar, mas, passados cinco dias, não houve nenhuma resposta.
