A morte do bebê Vicente de Camargo, de apenas seis meses, passa a ser tratada como um homicídio após o laudo da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) confirmar que o infante foi vítima de um traumatismo craniano. O laudo foi entregue ao delegado Marlon Conceição Luz, que lidera as investigações do caso e agora buscará esclarecer se houve dolo (intenção) e a autoria do crime.
A declaração foi dada pelo próprio delegado na manhã desta sexta-feira, 26 de abril, em entrevista à imprensa na Delegacia Especializada De Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP). Apesar de já ter claro que se trata de um homicídio, a investigação requisitou outra perícia na no corpo da criança.
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“O caso é delicado, é um caso que tem uma contextualização delicada. Então o laudo veio com a causa da morte, mas faltou, na visão da polícia, algumas circunstâncias médico-legais. Por exemplo, se a lesão era recente, se a lesão era antiga… algumas coisas nesse sentido. A gente requisitou novamente ao perito para que ele complemente com as respostas que a gente precisa, porque isso impacta até mesmo na tipificação do crime”, declarou.
A nova perícia da Politec também deve ajudar a esclarecer de quem é a culpa pela morte da criança, além de apresentar detalhes sobre as circunstâncias da morte.
“A gente tem uma convicção formulada, é claro que não está fechada ainda, mas inicialmente formulada, de que a morte foi provocada dentro da creche. Provocada por alguns servidores dentro da creche”, disse o delegado.
A Polícia agora trabalha para identificar os servidores que tiveram contato com a criança momentos antes da morte e em que nível de responsabilização eles serão encaixados.
Além disso, a nova perícia que irá ocorrer no Espaço Criança Feliz pode transformar o crime de homicídio culposo em homicídio doloso. Porém, esse laudo pode demorar algum tempo até ser concluído e não há previsão para sua entrega.
“A complementação desse laudo, ele vai trazer algumas respostas que a Polícia Civil pode entender que esse fato não se deu por meio de um homicídio culposo, e sim por meio de um eventual homicídio doloso”, concluiu.
Inicialmente, representantes da creche trataram a morte de Vicente como um acidente. A versão inicial apresentada pela dona da creche era de que Vicente teria vomitado após ser amamentado e sofrido uma asfixia. Essa versão foi sustentada mesmo após o atestado de óbito indicar que a causa da morte era por traumatismo craniano.
