Antônio Aluízio da Conceição declarou ter matado Emily Bispo da Cruz por ficar com raiva de seus gritos enquanto era esfaqueada. A jovem tinha apenas 20 anos e foi brutalmente assassinada na frente do filho, de apenas quatro anos de idade. O crime foi cometido na manhã desta quinta-feira, 16 de março, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, e foi registrado por câmeras de monitoramento. A vítima havia terminado o relacionamento com o assassino, que não aceitava o rompimento. Ao todo, Emily foi esfaqueada mais 15 vezes, cujo número exato ainda será revelado pela perícia.
O crime ainda está em investigação pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá. Os detalhes já apurados foram revelados pelo delegado Hércules Batista, titular da DHPP, em entrevista à imprensa nesta manhã de sexta-feira (17).
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
De acordo com ele, o crime foi premeditado. Antonio teria pegado uma moto emprestada de um amigo e, depois de segui-la por alguns dias, conseguiu abordar a vítima assim que ela saiu de casa para levar o filho à creche. O vídeo, inclusive, mostra Emily de mãos dadas com o filho, num momento maternal antes de ser executada.
“Então ele ficou circulando ali (no bairro), aguardando só o momento que ela saiu da residência para abordá-la e infelizmente efetuou mais de quinze golpes de faca... ela gritou e ele alega que a matou porque ficou com raiva por ela ter gritado", descreveu o delegado.
Fuga e confissão
Conforme apontado pela investigação, Antônio não planejava continuar em Cuiabá depois de ter executado a jovem.
"A gente encontrou registros que ele havia adquirido uma passagem, já há alguns dias atrás” relatou Hércules. Antônio era natural do Pará e a Polícia tinha receio que ele fugisse para lá. Hércules explica que depois de ter esfaqueado Emily, ele devolveu a moto ao amigo, confessou o crime a ele e foi se esconder em uma casa abandonada no Parque Georgia, onde foi preso pela Polícia Civil, horas depois do crime.
“Até o momento, a gente não tem evidência que essa pessoa que emprestou a moto, que é um amigo dele, tenha participação nesse femicídio, mas isso vai continuar sendo investigado e no decorrer das investigações a gente vai chegar em uma conclusão” declarou o delegado.
Prisão
Na delegacia, Antônio teria dito que estava arrependido do crime que cometeu, mas essa versão não convenceu os policiais. Para os investigadores, não há arrependimento por parte do criminoso.
A gente já, pelo trabalho policial, a gente percebe quando alguém se manifesta de uma forma espontânea o arrependimento. É frio, calculista, esperou ela, premeditou o crime. Ceifou a vida de uma mulher que tem um filho, na presença do filho menor de idade, provocando traumas irreversíveis na vida de uma criança” asseverou o delegado.
Próximos passos
Antônio segue preso em flagrante e a Polícia Civil já encaminhou os trâmites acerca da sua prisão à Justiça de Mato Grosso.
O assassino passará por uma audiência de custódia e a Justiça decidirá se ele irá responder pelo crime de femicidio majorado em liberdade ou preso.
Caso seja condenado, Antônio pode cumprir uma pena de 18 a 40 anos de prisão.