Dono da rede de fármacia Bom Preço, o empresário Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares foi um dos alvos da Operação Ragnatela, da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira (5). Ele seria o responsável pela rentabilidade dos lucros obtidos com os shows e venda de entorpecentes, através de empréstimo a juros abusivos e também fornecia veículos para membros do Comando Vermelho (CV).
A casa do empresário no condomínio Belverede foi alvo de busca e apreensão. Agner também atua como digital influencer e possui mais de 40 mil seguidores no Instagram, onde ostenta carros de luxo, como Camaro, BMW e Dodge Ram. Conhecidos do "empresário de sucesso" relataram que ele era um homem simples da região do CPA, em Cuiabá, e, em pouco tempo, passou a ostentar uma vida luxuosa nas redes sociais.
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A OPERAÇÃO
Aproximadamente 400 policiais cumprem oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.
Equipes da FICCO identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá. Com uso dessa estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.
As investigações apuraram que os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.
A ORCRIM contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.
Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios; bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.
Dois dos principais alvos da operação acabaram sendo presos pela Polícia Federal neste último sábado 1/6, quando desembarcaram em aeroporto do Rio de Janeiro fazendo uso de documentos falsos e posse de grande quantidade de dinheiro em espécie e joias. Posteriormente, foram recolhidos no sistema penitenciária fluminense e também presos por força dos mandados de prisão da presente investigação.
A FICCO/MT é uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar e tem por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.