Ao se manifestar pela prisão cautelar do vereador Marcos Paccola, a Polícia Civil alertou que o parlamentar usa suas redes sociais para defender a suposta legitimidade de atirar pelas costas. O relatório policial, assinado por sete delegados, aponta que isso poderia provocar na sociedade um sentimento de que agir desta forma seria lícito em quaisquer circunstâncias.
O pedido de prisão preventiva foi negado pela Justiça, que determinou apenas a busca e apreensão dos celulares do vereador. O mandado foi cumprido na última quarta-feira, 13 de julho, segundo informações dos autos do processo.
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"[...] a documentação em anexo demonstra que o Representado vem, ostensivamente, utilizando as redes sociais para propagar que 'atirar pelas costas' seria 'normal', o que pode gerar ou incentivar a falsa interpretação na sociedade de que agir dessa maneira seria lícito, sob quaisquer circunstâncias", diz trecho da representação.
Consta ainda no documento que Paccola está conclamando as pessoas que possuem armas de fogo, ou que são policiais, “para que 'não esmoreçam' e adotem a mesma postura, podendo provocar no consciente coletivo a falsa percepção de que o importante é matar, sem discriminar caso a caso, inflamando e causando abalo à ordem pública".
O relatório policial ainda destaca o perigo deste discurso, principalmente em razão do alcance das redes sociais, além de que a conduta de Paccola é insensível com a família da vítima, que ainda está enlutada.
"Dessa forma, os requisitos legais para a decretação da prisão preventiva encontram-se plenamente demonstrados pelo comportamento do representando, tornando imprescindível a custódia cautelar, como garantia da ordem pública abalada com o crime”, afirma.
Paccola é investigado por matar Alexandre Miyagawa durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas no Centro de Cuiabá, na noite do dia 1º de julho. Ele alega que agiu em legítima defesa, mas sua versão é contestada pelo MP-MT, pediu a prisão preventiva do parlamentar. O pedido foi negado pela Justiça.