Há mais de um mês, no dia 10 de janeiro, um cemitério clandestino da facção criminosa Comando Vermelho foi encontrado em uma região de mata do município de Lucas do Rio Verde. No local, que também era usado para executar vítimas da facção, foram encontrados 12 cadáveres e até o momento, somente seis foram identificados.
A reportagem do Estadão Mato Grosso entrevistou o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, Caio Albuquerque, sobre a possibilidade de haver algo tão macabro quando o cemitério em Lucas na região metropolitana de Cuiabá e, segundo o delegado, a possibilidade não pode ser descartada.
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“Ainda não se encontrou um local, um cemitério clandestino aqui como ocorreu no interior. Não se pode dizer que não tenha. A gente tem casos de dois corpos encontrados ou algo do tipo, não nessa quantidade, mas sim, há relatos, há casos de desaparecimento que você não acha as pessoas então a gente também não pode dizer que não há um cemitério clandestino aqui, mas se houver, uma hora outra a gente vai encontrar”, afirmou o delegado.
ABATEDOURO HUMANO
Conforme informado pela reportagem do Estadão Mato Grosso, ainda à época dos fatos, no local, além dos cadáveres, os policiais encontraram fios de energia, cordas, facas e outros objetos que são típicos das facções criminosas de serem usados em execuções.
Os primeiros três cadáveres identificados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram:
- Rafael Pereira de Souza, 35 anos, natural de Rondonópolis;
- Andris Mattey, 19 anos;
- Wilner Alex de Oliveira Silva, 30 anos, que estava morando em Lucas do Rio Verde.
Os corpos estavam em estado avançado de decomposição, o que dificultou os trabalhos.
O quarto identificado foi Matheus Bonfin de Souza, natural de Lucas do Rio Verde. Assim como os três primeiros corpos, o cadáver de Matheus também estava em processo de esqueletização.
O quint identificado é um adolescente, de 15 anos, identificado como W.S.M. e que não teve a identidade revelada.
O resultado foi obtido a partir da identificação de vínculo genético com a mãe da vítima, que forneceu amostra genética na unidade da Politec de Lucas do Rio Verde. O material foi encaminhado para processamento no Laboratório Forense da Capital e comparado com a amostra biológica do menor - ambas foram compatíveis. Morador em Lucas do Rio Verde, W.S.M. estava desaparecido desde 15 de setembro do ano passado.
Conforme informações obtidas pela reportagem do Estadão Mato Grosso, o responsável pela morte de Andris Mattey foi preso e segue na cadeia, aguardando o desenrolar das investigações.
A sexta vítima, identificada como André da Conceição, de 30 anos estava desaparecida desde 12 de março do ano passado.
Os casos continuam a ser investigado.