O empresário Rovilio Mascarello, proprietário da indústria paranaense de ônibus Comil, é suspeito de manter em cárcere privado o advogado mato-grossense Alcides Batista de Lima Neto. O fato se deu na tarde desta quarta-feira, em um prédio de luxo na Rua São Paulo, região central de Cascavel (PR).
Segundo apurado pela reportagem do Estadão Mato Grosso, a Polícia Civil recebeu uma denúncia sobre um homem que estaria sendo vítima de cárcere privado. Ao chegar no local os agentes constataram a veracidade dos fatos. Suspeito e vítima foram encaminhados à 15ª Subdivisão Policial do município.
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Na delegacia, a vítima registrou um boletim de ocorrência, mas o inquérito policial foi substituído por um TCO (Termo Circunstancial), que é geralmente utilizado em crimes de menor potencial ofensivo.
Diante dos fatos, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se pronunciou em uma nota, afirmando que irá averiguar os fatos. A entidade destaca que não foi acionada pela vítima e tomou conhecimento da situação por meio de notícias divulgadas pela mídia local.
“A entidade irá acompanhar atentamente o caso perante a Delegacia da Polícia Civil, mediante acesso ao inquérito instaurado, a fim de atuar no sentido de resguardar e exigir a respectiva punição em face de quem, eventualmente, tenha perpetrado tal conduta criminosa em razão do exercício profissional. A atuação da OAB se dará de ofício, em prol dos interesses da classe, não tendo sido até o momento acionada pela suposta vítima”, explicou a nota.
A Instituição também afirmou repudiar o fato ocorrido e disse que não irá tolerar violência ou qualquer ato criminoso que tente cercear o exercício das prerrogativas dos advogados. ”Sem advocacia não há democracia”, diz a nota.
A reportagem tentou entrar em contato com a vítima, mas não é possível completar a chamada.
O acusado também foi procurado para falar sobre o caso, mas não foi encontrado em nenhuma de suas empresas.
GRILAGEM - Dono do Grupo Mascarello, Rovílio Mascarello, é proprietário de uma fábrica de carrocerias e ônibus em Cascavel e possuí também uma empresa de móveis no município. Ele responde a mais de 6 ações judiciais no estado do Piauí por suspeita de grilagem de terras e ilegalidades praticadas na tentativa de se apossar de vastas áreas daquele estado, bem como no sul do estado do Maranhão.
