O carnaval acabou oficialmente na quarta-feira de cinzas (22) e deixou marcas de sangue na população mato-grossense. Em quatro dias, 26 pessoas foram assassinadas no estado, um dos registros mais violentos dos últimos anos. O número é quase o triplo do registrado em 2020, último carnaval realizado, quando 10 pessoas perderam a vida de forma violenta, e mais que o dobro que 2019, que registrou 12 assassinatos.
O Estadão Mato Grosso solicitou os números oficiais à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). A pasta forneceu as informações de 2019, 2020 e 2023. O carnaval não foi realizado nos anos de 2021 e 2022 por causa da pandemia de covid-19.
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Covardia sem limites
No último domingo (19), uma criança, de apenas três anos foi feita de escudo humano por um homem que era alvo de criminosos em um bar no município de Barra do Bugres. Ágata Tauane da Silva Soares levou um tiro no coração e morreu a caminho de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.
O homem que usou Ágata de escudo era conhecido da família, conforme noticiado pela imprensa, e conseguiu fugir dos criminosos. Os atiradores também escaparam e até o momento o caso é investigado.
Asfixiado até a morte
Outro crime que repercutiu nas páginas policiais foi o assassinato do assessor do deputado Wilson Santos (PSD), Wanderley Leandro Nascimento Costa. Ele foi asfixiado por dois criminosos, identificados como Murilo Henrique e Richard Estaques Aguiar, presos preventivamente pelo crime.
A motivação do crime seria o suposto interesse de Wanderley pelo irmão de um dos assassinos. A informação é do delegado João Batista Ribeiro, lotado Lucas do Rio Verde.
O corpo do assessor foi encontrado em Cuiabá, no bairro Cinturão Verde, Região do Pedra 90, já em estado avançado de decomposição nesta segunda-feira (20). À Polícia, Murilo e Richard confessaram a autoria no crime.
O caso ainda está sendo investigado e Wanderley foi sepultado nesta quarta-feira (22).
Chacina no Nortão
Um terceiro crime bárbaro foi registrado em Mato Grosso e chocou todo o país por sua violência. A chacina em um bar de Sinop deixou sete mortos na terça-feira de carnaval (21). Edgar Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza Ribeiro renderam e executaram as vítimas com tiros de escopeta calibre 12. Entre os mortos está uma criança de 12 anos, que tentou fugir, mas foi assassinada com um tiro pelas e nas costas.
A motivação seria a perda de uma aposta no valor de R$ 10 mil em um jogo de sinuca. Após a partida, o assassino teria sido zombado pelas vítimas.
O crime foi registrado por uma câmera de segurança. Após a chacina, os dois bandidos fugiram do local, mas permaneceram na cidade. Uma força-tarefa foi montada para capturar os criminosos e envolveu homens de toda a Segurança Pública.
Um dia após o crime, Ezequias foi localizado, mas entrou em confronto com a polícia e acabou baleado. Ele chegou a ser socorrido pelos policiais, mas morreu no hospital. Diante disso, Edgar anunciou que se entregaria, sem uso de armas e resistência, no outro dia. A promessa foi cumprida nesta quinta-feira, 23.