Setembro pode ser um mês muito auspicioso para Mato Grosso e para todo o Brasil. Não por causa das manifestações de 7 de Setembro, mas por causa do trabalho árduo feito no setor de logística para viabilizar a construção das tão necessárias ferrovias. Nesta sexta (3), nosso estado viveu um dia histórico, com a abertura dos envelopes de propostas da empresa interessada em construir os trilhos que vão ligar Rondonópolis a Cuiabá e Lucas do Rio Verde. Um sonho antigo de todos os mato-grossenses que se tornará realidade nos dias vindouros.
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Os primeiros benefícios socioeconômicos da construção da Ferronorte já devem ser sentidos em menos de dois anos, mas a locomotiva pode levar cerca de três anos até finalmente chegar a Cuiabá com seu primeiro carregamento. No cronograma preliminar, a previsão é de que o terminal de Cuiabá seja concluído até o 2º semestre de 2025, enquanto o da região de Lucas do Rio Verde deverá ser finalizado até o 2º semestre de 2028. Antes disso, porém, os terminais intermediários já estarão funcionando, levando desenvolvimento aos municípios vizinhos.
Estimativas iniciais apontam que cerca de 235 mil empregos serão criados durante os sete anos de obras da Ferronorte, resultado de um investimento de aproximadamente R$ 12 bilhões. Como a obra é de total responsabilidade do setor privado, não deve haver atrasos sistemáticos ou abandonos, o que infelizmente é uma praxe no setor público. A empresa responsável já tem experiência no setor. Opera em outros 11 terminais de transbordo e seis portuários, além de administrar cerca de 14 mil quilômetros de ferrovias no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.
Em duas semanas, teremos mais um grande dia para a logística estadual. Está prevista para o dia 17 de setembro a assinatura da ordem de serviço para construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que ligará Mato Grosso à ‘espinha dorsal’ do sistema ferroviário brasileiro. Desta vez, a perspectiva é que os trilhos cheguem por Água Boa, na região do Araguaia, levando o desenvolvimento para a região que é considerada a nova fronteira agrícola de Mato Grosso.
As ferrovias são máquinas de progresso, como a própria história nos mostra. Exemplos não faltam por todo o mundo, embora ainda faltem no Brasil. Ainda assim, é preciso destacar que as regiões mais desenvolvidas do país são justamente aquelas que têm maior presença do modal ferroviário. Eis que, finalmente, começamos a interiorizar o desenvolvimento e daremos, em breve, um salto para o futuro.
