Pela primeira vez o governo admitiu oficialmente a piora da situação econômica do país, ainda que apenas por meio do boletim MacroFiscal, emitido pelo Ministério da Economia. Enquanto o ministro Paulo Guedes pinta um milagre econômico em seus discursos para investidores no Oriente Médio, a Secretaria de Política Econômica (SPE) admitiu que a inflação deste ano pode saltar para 9,7% devido à crise no setor energético, que levou à explosão de preços dos combustíveis e energia elétrica. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também foi reduzida, de 5,3% para 5,1%.
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As previsões econômicas para 2022 também sofreram piora. O aumento dos preços deve persistir no próximo ano, como aponta a revisão da inflação projetada para 2022, que subiu de 3,75% para 4,7%. Por outro lado, a expectativa de crescimento econômico foi revista para baixo, saindo de 2,5% para 2,1%. Por mais que admita uma queda nas projeções, as expectativas do governo ainda continuam mais otimistas do que análises de mercado, que já apontam para um crescimento de apenas 1% do PIB em 2022.
Entre os fatores que motivaram a revisão para baixo está a piora nas condições financeiras do país, com alta da inflação, elevação mais intensa dos juros e depreciação do câmbio. Além disso, há piora no cenário internacional. De acordo com a SPE, assim como no Brasil, há problemas na oferta de energia na China e em alguns países europeus, o que levou a uma forte elevação dos preços na Europa e racionamento na China, com restrições ao funcionamento da indústria em vastas regiões do país.
Ao divulgar as novas projeções, o governo também admitiu que a atividade econômica desacelerou ao longo do terceiro trimestre, com quedas no desempenho da indústria e do comércio, além de uma estabilização nos indicadores de produção agropecuária. A extensão do embargo chinês à carne bovina ameaça os dados do quarto trimestre e ainda não há expectativa de retomada das exportações, como admitiu o próprio Ministério da Agricultura na terça, 17.
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As expectativas de melhora econômica neste final de ano se recaem sobre o setor de serviços, que tem dado sinais de melhora devido ao avanço da vacinação e à chegada das festas de final de ano. No entanto, pode não ser suficiente para ligar o motor da economia e mantê-lo em funcionamento no próximo ano. Entre os analistas de mercado, já há quem preveja a economia brasileira em recessão no próximo ano, uma triste notícia para a legião de desempregados.