Os concurseiros em sua maioria são muito dedicados e seguem à risca planilhas de estudo contendo conteúdos e uma sequência lógica de aprendizado, porém isso não acontece em sua maioria das vezes quando falamos da melhora do seu condicionamento físico.
A falta de uma rotina de atividade física e ou exercício físico diário faz com que o candidato corra o risco de não conseguir fazer as mensurações mínimas recomendadas para a aprovação em fases recorrentes em determinados concursos.
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Em tese o que acontece é que horas de estudo acaba estafando a parte mental do candidato fazendo com que ele não sinta vontade de realizar mais nenhuma atividade antes ou após seus estudos.
E é aí que mora o grande perigo. A maioria dos candidatos deixam para começar a prática de exercício físico depois que é aprovado. Normalmente os Testes de Aptidão Física são realizados de 3 a 6 semanas da aprovação intelectual. Esse tempo é muito curto considerando que o ideal é de pelo menos 3 meses de preparação física de forma sistematizada e com acompanhamento de um Profissional de Educação Física formado e registrado em seu respectivo Conselho.
Na ânsia de querer recuperar o tempo perdido o candidato resolve treinar de forma desorganizada, colocando seu corpo em estresse físico, onde na grande maioria das vezes resultará em lesões graves ocasionando a incapacidade temporária e o pior, a frustração de uma possível reprovação no TAF para o tão sonhado cargo público.
Como se não bastasse, algumas pessoas ainda fazem uso de suplementação termogênica e ou similares para obter um melhor rendimento no dia do teste de aptidão física desconhecendo os perigos decorrentes do uso indiscriminado desses produtos. Essas substâncias agem em nosso organismo como aceleradores do metabolismo do indivíduo, ou seja, o corpo passa a funcionar como se estivesse fazendo atividade física, aumentando a temperatura corporal, a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Essa combinação, falta de condicionamento físico com o uso de indiscriminado de suplementação se torna uma fórmula perigosa para o nosso organismo.
É muito comum nos dias de hoje, em Testes de Aptidão Física para ingressos em carreiras públicas, candidatos não respeitarem seus limites físicos, chegando a desmaiar e em alguns casos chegam a ter uma parada cardiorrespiratória o levando a óbito.
Temos ainda ocorrências graves em Tafs realizados para progressão de patente, como é o caso dos Policiais Militares. Recentemente tivemos casos de óbitos em testes de aptidão física a nível nacional e muitos questionam sobre a necessidade da existência dessas avaliações para progressão de carreira. É certo que é importante incentivar o indivíduo a obter um estilo de vida saudável, através de uma boa alimentação associada a uma rotina semanal de atividade física.
A Organização Mundial da Saúde recomenda, para a população adulta, de 150 à 300 minutos de atividade física moderada semanal, mas infelizmente o que nós vemos são pessoas cada vez menos interessadas em se movimentar devido a influências da nossa modernidade. Por isso o militar vai para a avaliação física muitas vezes acima do peso, com comorbidades ou ainda como doenças osteomusculares relacionadas a atividade policial ocasionadas pelo uso do colete balístico, armamento, tempo em pé ou dentro de viatura e outros.
Orienta-se então que o candidato que almeja o ingresso na carreira pública ou para os que já são servidores públicos e que tenham a exigência de Teste de Aptidão Física para a progressão de carreira que se preparem constantemente orientados por um Profissional de Educação Física para que não corra o risco de se frustrar e não conseguir ser aprovado no teste ou em casos mais extremos, não voltar vivo para seu convívio familiar.
CLAUDINEI DA SILVA FARINA é investigador lotado na Acadêmia de Polícia Civil de Mato Grosso